Rodoviários fizeram dois dias de greve, deixando 1 milhão sem transporte.
Fiscais foram às 17 garagens e constataram descumprimento de liminar.
O subsecretário de Fiscalização da Secretaria de Mobilidade, Fernando Pires, afirmou na manhã desta terça-feira (9) que o governo do Distrito Federal vai produzir um relatório e informar à Justiça o descumprimento da determinação de haver 70% dos ônibus circulando em horário de pico e 50% no entrepico. Rodoviários completaram dois dias de greve, deixando 1 milhão de pessoas sem ônibus na capital do país.
Os 12 mil motoristas e cobradores pedem 20% de reajuste salarial e 30% no tíquete refeição e plano de saúde familiar. As empresas oferecem 8,34% de reajuste nos salários com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Fiscais do governo passaram pelas 17 garagens das cinco concessionárias e constataram o descumprimento da liminar. “Estamos acompanhando as ocorrências, mas o governo entende que essa é uma discussão entre empregados e empregadores”, declarou Pires. “Nesses dois primeiros dias de greve estamos dando prioridade ao acompanhamento do cumprimento das decisões judiciais [às fiscalizações de transporte pirata].”
A greve é contrária à indicação do sindicato da categoria, que pediu aos rodoviários que cumprissem a decisão provisória do TRT. A multa diária por descumprimento da decisão é de R$ 100 mil. Os horários de pico vão de 5h às 9h30, das 11h às 13h e das 15h às 19h30.
Nesta segunda (8), o vice-presidente do sindicato dos rodoviários, Jorge Farias, afirmou que iria cumprir a determinação da Justiça e que iria recorrer da decisão para tentar cassar a liminar. O salário de um motorista de ônibus é R$ 1.928 e o de um cobrador, R$ 1.008. As negociações com as empresas começaram em abril.
A última paralisação com grande adesão feita pela categoria ocorreu no dia 27 de maio, entre 11h e 15h. Os rodoviários afirmam aceitar renegociar o valor pretendido de reajuste, desde que o governo participe da discussão. O secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, afirmou que a postura do Executivo tem sido a de acompanhar as negociações entre a categoria e as empresas.
“Ao contrário de outras categorias, os rodoviários não são funcionários do GDF. Entendemos desde o início das negociações que esse é um debate que precisa ser feito entre patrões e empregados. […] O GDF tem se mantido em uma posição de neutralidade nessas negociações justamente por entender isso”, declarou.
g1