Bactéria tóxica ao mosquito e alevinos de lambari serão usados na capital. Mecanismos terão ‘custo zero’; GDF renovou emergência na saúde até julho.
O governo do Distrito Federal lançou nesta segunda-feira (18) novas medidas para intensificar o combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor do vírus da dengue, da chikungunya e do zika vírus. De acordo com o governador Rodrigo Rollemberg, o controle biológico será feito com biolarvicida (uma bactéria que ataca as larvas) e filhotes de lambaris, peixe predador do mosquito.
“Essa ação é um complemento, uma tecnologia a mais. Vamos continuar com todos os equipamentos, inclusive com a mobilização, levando 900 agentes diariamente para as ruas e informando sobre os vírus e as formas de combatê-lo”, declarou Rollemberg.
A empresa doou 600 litros do líquido onde estão os bacilos. Eles serão distribuídos em frascos de 50 ml pelos agentes de saúde. “Esse líquido produz uma proteína que é tóxica para às larvas e mosquitos da dengue”, afirma o presidente interno da Emater, Rodrigo Marques.
O produto pode ser utilizado em ralos, pneus, caixa d’água, tanques, barris e piscinas. Em ralos, por exemplo, apenas 1 ml do líquido é suficiente pra combater as larvas do mosquito. Em piscinas de 20 mil litros, um litro é suficiente, segundo dados apresentados pelo GDF.
Peixes contra a dengue
Os alevinos de lambaris foram doados pela Emater. Segundo a empresa, os peixes comem as larvas do mosquito e, por isso, serão colocados nos espelhos d’água. De acordo com Marques, 50 alevinos já estão prontos para serem depositados em espelhos d’água da cidade.
“Ainda vamos definir qual vai ser o primeiro local a receber os lambaris. Entretanto, de antemão, informamos que todos os lugares que tiverem foco da dengue receberão os peixes”, diz.
Na solenidade, o secretário de saúde Fábio Gondim disse que a capital do país está a frente no combate contra o mosquito. Segundo ele, o governo trabalha com o controle biológico, químico, ambiental e jurídico.
“O mosquito é um vilão. O governo tem a missão de reduzir os casos ao mínimo possível. A missão é árdua, com certeza. Infelizmente, a nossa região é propícia para a extensão da doença. Portanto, contamos com a ajuda de todos, inclusive da comunidade,” disse.
As novas ações de controle ambiental serão realizadas nas regiões com o maior índice de focos do mosquito: Santa Maria, Gama, Brazlândia, Lago Norte e Planaltina.
Em emergência
O GDF publicou nesta segunda-feira (18) decreto que prorroga a situação de emergência na Saúde por mais seis meses, até meados de julho. O estado emergencial foi decretado em janeiro de 2015, na terceira semana do governador no cargo, e já havia sido prorrogado em julho.
Com o texto publicado em Diário Oficial, o DF deve atingir 540 dias em emergência na saúde pública. O decreto permite que o GDF adquira medicamentos e insumos sem licitação, autorize a realização de horas extras, chame concursados e estenda cargas horárias de 20h para 40h semanais.
Contratos temporários com terceirizados, médicos e servidores de saúde também poderão ser prorrogados enquanto houver estado de emergência. As regras “excepcionais” também permitem a convocação de funcionários da área médica do Corpo de Bombeiros e das polícias Militar e Civil para reforçar o quadro.