Banda se apresenta no ginásio Nilson Nelson; evento começa às 19h. Anthrax e RavenAge abrem show; turnê é 22ª em 41 anos de carreira.
Fãs de heavy metal têm encontro marcado com uma das principais bandas do gênero nesta terça-feira em Brasília. Com mais de 41 anos desde a formação, 16 álbuns de estúdio gravados e milhões de admiradores em todo o mundo, o Iron Maiden desembarca na capital para show da turnê “The book of souls”, a 22ª da carreira. O evento acontece no ginásio Nilson Nelson a partir das 19h e tem ainda as bandas Anthrax e The RavenAge.
A turnê começou em 24 de fevereiro, em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, e percorre 35 países em seis continentes. Pela primeira vez, o Iron vai se apresentar em El Salvador e na China.
Ao todo, o grupo vai percorrer 88,5 mil quilômetros ao redor do mundo. Os shows pelo Brasil começaram no dia 17 de março, no Rio de Janeiro. No último domingo, o público de Belo Horizonte recebeu o Iron. Depois de Brasília, a banda segue para Fortaleza, onde toca na quinta (24), e encerra a teporada em São Paulo, no domingo (26).
A banda viaja a bordo do Ed Force One, Boeing 747-400 pilotado pelo vocalista Bruce Dickinson. A aeronave sofreu um pequeno acidente no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, em Santiago do Chile, no último dia 12, por isso os músicos viajaram em voos fretados nos shows na Argentina e nas primeiras apresentações no Brasil.
A aeronave foi atingida por um equipamento de pista – que danificou a carenagem de dois motores. No momento de fazer a curva, o avião não tinha direção e colidiu com o carro de pushback [veículo que transporta os aviões nas pistas dos aeroportos por meio de encaixe] danificando o trem de pouso e dois motores da aeronave. Dois operadores ficaram feridos e foram levados ao hospital.
O equipamento usado pela banda chegou a Brasília neste domingo. Os músicos chegam apenas no dia do espetáculo. A previsão é de que o Ed Force One volte a operar justamente na capital federal, no retorno dos músicos. O avião é customizado com o logo do grupo e a identidade visual do novo álbum e transporta a equipe, a produção de placo e 12 toneladas de equipamentos.
Nos shows, opiloto Bruce Dickinson se torna o cantor da banda e sobe ao palco acompanhado do baixista Steve Harris, fundador do Iron, do baterista Nicko McBrain e dos guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers.
O repertório deve conter músicas como o primeiro single de “Book of souls”, “Speed of light”, mais “três ou quatro” canções do álbum, como adiantou o vocalista em entrevistas, e composições como “Fear of the dark”, “Hallowed by thy name”, “Number of the beast”, “The wickerman” e “El Dorado”.
Outra que deve fazer parte do setlist é a parceria entre Harris e Murray “Déjà vu”, do álbum “Somewhere in time”, música que não é tocada pela banda há muitos anos. Clássicos como “The Trooper”, “Aces high”, “2 minutes to midnight”, “Run to the hills”, “Can i play with madness?”, “Powerslave” e “Wrathchild” também podem ser tocadas.
Quatro décadas
Quando a banda pisar o palco do Vector Arena, em Auckland, na Nova Zelândia, em 1º de maio próximo, o Iron Maiden vai comemorar 40 anos desde o primeiro show, no St Nicks Hall, em Poplar, no East End de Londres. Harris era o único membro atual que se apresentou naquela noite. Ao lado dele, estavam Paul Day (vocal), Dave Sullivan e Terry Rance (guitarras) e Ron Matthews (bateria).
A estreia em estúdio aconteceu em 1978, quando foi lançado o EP “The soundhouse tapes”. O material teve tiragem de 5 mil cópias, que se esgotaram rapidamente. A banda nunca fez uma segunda leva de cópias, por isso existe toda uma “mística” entre fãs sobre o disco.
Em 1980, já com os guitarristas Dennis Straton e Dave Murray (que não saiu mais desde então), o baterista Clive Burr e o vocalista Paul Di’Anno, o grupo gravou o primeiro LP, que levou o nome da banda e trouxe o single “Running Free”.
Adrian Smith estreou no ano seguinte e participou das gravações de “Killers”. O guitarrista saiu da banda durante os ensaios para o que veio a ser o álbum “No praying for the dying”, lançado em 1990, e retornou após convite do amigo Bruce no final da mesma década.
O próprio vocalista chegou a deixar a banda. Contestado pelos fãs logo que entrou, em 1982, Dickinson virou sinônimo de “voz do Iron”. No período em que esteve fora, entre 1995 e 1998, o grupo teve os dois únicos álbuns da carreira que não alcançaram disco de ouro: “X factor” e “Virtual XI”, com o cantor Blaze Bayley.
Nicko é o baterista desde o quarto álbum, “Piece of mind”, lançado em 1983. Completa a formação atual o terceiro guitarrista, Janick Gers, que acompanhava Dickinson na carreira solo, tendo gravado o disco “Tattooed Milionaire”, de 1989. Ele substituiu Smith a partir de 1990, mas não deixou o grupo após o retorno dele, em 1998.
NWOBHM
Antes de estrear em discos, ainda na década de 1970, o Iron Maiden fez parte de um movimento musical inglês chamado “New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM)”. Com nomes como Venom, Def Leppard e Saxon, a iniciativa pretendia apontar a existência de bandas pesadas, em resposta ao crescente movimento punk, na segunda metade da década.
Outros grupos que fizeram parte foram Diamond Head, Raven, Tygers of Pan Tang (banda de John Sykes), Girlschool, Witchfinder General e Samson, que teve Bruce Dickinson como vocalista.
Discos clássicos
O Iron Maiden gravou alguns dos principais álbuns de rock de todos os tempos, especialmente nos anos 1980. Não é raro encontrar fãs mais radicais que prefiram os dois primeiros discos como prediletos. “Iron Maiden” e “Killers” são os únicos com o cantor Paul Di’Anno, que deixou o grupo em 1982.
A partir da entrada de Bruce Dickinson, o Iron passou a pertencer a um grupo seleto de artistas, com milhões de álbuns vendidos e discos considerados clássicos, como “Number of the beast”, “Piece of mind”, “Powerslave”, “Somewhere in time” e “Seventh son of a seventh son”.
A banda tem 11 discos ao vivo, oficialmente. O mais bem-sucedido foi o primeiro, “Live after death”, gravado na turnê “World slavery tour”, que rendeu o maior sucesso de vendas da história do grupo nos Estados Unidos.
Durante a turnê, o então quinteto fez seu primeiro show no Brasil, no primeiro Rock in Rio, em 1985. O Iron participou de outras edições do festival e chegou a lançar um álbum ao vivo registrado durante o evento em 2001.
Futebol pesado
O álbum foi lançado também em vídeo e traz, entre outras curiosidades, o baixista Steve Harris sobrevoando o estádio do Maracanã durante a final da Copa João Havelange (Brasileirão de 2000), entre Vasco e São Caetano.
A partida havia sido suspensa no final do ano após a queda das grades de proteção do estádio São Januário. Transferido para o principal estádio do Rio de Janeiro, o jogo foi disputado às vésperas do show do Iron no festival.
Em um dos trechos, Harris diz que vai torcer para o São Caetano, levando em consideração a tradição britânica de tomar partido do clube de menor expressão, já que não torcia para nenhuma das duas equipes.
O baixista acaba mudando de ideia quando vê que Eddie, mascote do Iron Maiden, é também um dos símbolos da torcida vascaína, que na ocasião venceu o jogo por 3 a 1 e levou o título.
Iron Maiden – The book of souls, em Brasília
Data: terça-feira (22)
Local: Ginásio Nilson Nelson
Endereço: SRPN Trecho 1, ao lado do Estádio Mané Garrincha
Abertura dos Portões: 17h
Horário dos shows: 19h
Classificação: 16 anos
Abertura: Anthrax e RavenAge
Ingressos:
Pista Premium Budzone:
Lote 1 (inteira) – R$ 460
Lote 1 (meia-entrada) – R$230
Lote 2 (inteira) – R$ 480
Lote 2 (meia-entrada) – R$ 240
Lote 3 (inteira) – R$ 500
Lote 3 (meia-entrada) – R$ 250
Pista:
Lote 1 (inteira) – R$ 320
Lote 1 (meia-entrada) – R$ 160
Arquibancada:
Lote 1 (inteira) – R$ 200
Lote 1 (meia-entrada) – R$ 100