Governo deve apresentar sua proposta para a Previdência nesta quarta-feira. No ano passado, déficit ultrapassou os R$ 290 bilhões
São Paulo – Levantamento do instituto Paraná Pesquisas revela que, pelo menos na teoria, uma parte significativa dos deputados federais são favoráveis à inclusão de militares, funcionários públicos e membros do Judiciário na reforma da Previdência. No total, 61,1% dos entrevistados afirmam que apoiariam a criação de um regime único de Previdência, com regras iguais para todos os trabalhadores independentemente do setor.
Esse debate é crucial para a reforma da Previdência, cujo texto inicial deve ser apresentado ao Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (20). No ano passado, o déficit somado das previdências do setor privado, dos servidores públicos da União e dos militares atingiu os R$ 290,297 bilhões — um aumento de 8% com relação a 2017.
Dessas três categorias, o déficit da previdência dos militares foi o que mais cresceu com relação ao ano anterior. Até novembro de 2018, o aumento do rombo das aposentadorias dos militares foi de 12,85%. Enquanto isso, o déficit dos servidores civis da União teve alta de 5,22% em relação a igual período de 2017. Já o rombo no INSS subiu 7,4% na mesma base de comparação.
83% e 89% dos entrevistados pela sondagem do Paraná Pesquisas concordam que tanto militares quanto servidores públicos devem ser incluídos na reforma a ser apresentada nesta semana. Outros 91% defendem também a inclusão de membros do Judiciário nas novas regras.
Quase três quartos dos parlamentares ouvidos pela pesquisa acreditam que este é o momento adequado para a reformulação do sistema previdenciário brasileiro. Mas 30% deles é contra a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria. Dos membros da base aliada de Jair Bolsonaro, 32% compartilham dessa ideia.
Pouco mais de um terço dos deputados federais (35,6%) apoiam a idade de mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Outros 17,8% defendem a limitação de 57 anos para mulheres e 62 anos para homens.
Atualmente, é possível se aposentar tanto por idade (65 anos para homens e 60 para mulheres) quanto por tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 para mulheres). Mas a expectativa é de que a reforma que será apresentada amanhã defina, até 2022, uma idade mínima de 57 anos para mulheres e de 62 anos para homens.
A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 14 de fevereiro com 233 deputados federais. Segundo o instituto, a amostra foi ponderada conforme a distribuição das cadeiras por partido na Câmara dos Deputados e por regiões brasileiras.
Fonte Exame