A prisão de 12 policiais militares na semana passada, acusados de incentivar a operação tartaruga, provocou constrangimento entre o Governo do Distrito Federal e sua base de apoio na Câmara Legislativa. Apesar de os deputados terem votado e aprovado matérias de interesse do Executivo ontem, desfazendo a ameaça de uma ala de travar a pauta, a Mesa Diretora da Casa divulgou uma nota em que critica as prisões e pede a soltura dos PMs.
“Os integrantes da Mesa Diretora entendem que esses policiais não são criminosos, mas pais de família em busca dos direitos que lhes foi prometido pelo governo”, diz trecho da nota.
A ideia da nota partiu do presidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure (PT), que visitou, na segunda-feira, parte dos policiais no 19º Batalhão da PM, conhecido como Papudinha. Os demais componentes da cúpula da Casa reafirmaram o apoio aos militares presos. Segundo parte do documento, os integrantes do colegiado “apelam ao Governo do Distrito Federal, ao Ministério Público, ao Judiciário local e à OAB/DF (Ordem dos Advogados) que analisem com a urgência necessária uma saída para a situação constrangedora e de fragilidade emocional e psicológica em que se encontram esses pais de família”, diz trecho da nota.
Para a corporação, os policiais feriram a legislação militar ao incitar a desobediência, desobedecer a ordens superiores e fazer publicação indevida. O chefe da Casa Militar do DF, coronel Rogério Silva Leão, não quis polemizar sobre a posição da Mesa Diretora. “Não temos muito o que falar a respeito disso, já que o assunto excedeu a esfera da PM. O caso está judicializado, pois ocorreu até negativa de pedido de habeas corpus”, explicou.