O governo do Distrito Federal divulgou nota na noite desta quarta-feira (26) informando que “reconhece como legítima” a preocupação manifestada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, sobre o protesto de policiais militares realizado durante à tarde no Congresso.
Um grupo de PMs ocupou a entrada da Câmara dos Deputados para pedir que 12 PMs presos por suposto envolvimento na operação tartaruga sejam soltos. O grupo, que também manifestou contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo GDF, deixou o prédio cerca de uma hora depois.
O GDF esclareceu na nota que há “expectativa de relaxamento da detenção dos policiais militares” e que diante disso, “as autoridades que presidem os inquéritos policiais militares (IPMs) e o Poder Judiciário” são responsáveis por analisar o caso.
O estudante de aviação civil Elienai Meireles Sanches, de 22 anos, afirma que o pai, Valdez Sanches da Costa, 1° sargento do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, foi preso injustamente por incitar outros policiais a aderirem a atos de desobediência e desordem.
O PM foi preso na sexta-feira passada (21) depois de ter se recusado, segundo o filho, a dirigir uma viatura da PM. O pai diz que concluiu um curso para direção de veículos, mas que essa habilitação não vale para um tipo de caminhonete nova adquirida recentemente pela corporação, segundo o relato de Sanches.
O estudante conta que o pai estava com a família em casa quando recebeu uma ligação do comando da PM solicitando que ele comparecesse no batalhão onde servia. Costa saiu de casa por volta das 16h. Chegando ao batalhão, foi chamado para uma reunião que só terminou à noite. Foi quando o filho conversou com o PM por telefone. “Ele disse que não iria voltar para casa naquele dia e pediu que nós não nos preocupassemos com a situação. Ele acreditava que iria ficar preso por pouco tempo”.
Sanches diz que o pai está na PM há 27 anos e que nunca cometeu atos de indisciplina. O policial está numa ala do presídio da Papuda, chamada de Papudinha, onde ficam presos os policiais militares. As visitas só são liberadas aos sábados.
Costa e outros sete policiais militares, que também foram presos por incitar atos de desobediência, disse Sanches, ocupam celas individuais. “Eles tem autorização para pedir que funcionários comprem comida de fora. As refeições são preparadas lá mesmo”, contou o estudante. “Meu pai está num estado emocional muito abalado e já emagreceu bastante. Em toda minha vida, o vi chorando poucas vezes. Após saber que minha mãe e minha irmã tiveram que ficar nuas durante a revista antes de visita-lo ele desabou”, afirma o filho do PM.