A Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal libertou na noite desta sexta-feira (28) oito dos doze policiais que foram presos no último dia 21, por envolvimento na operação tartaruga. Eles estavam detidos no 19º Batalhão da PM, instalado dentro do Complexo da Papuda.
A liberação dos policiais foi decidida pelo corregedor-geral da corporação, Civaldo Florêncio. Segundo ele, não há mais motivos para manter os envolvidos detidos. Além dos quatro PMs que continuam presos, outros quatro policiais estão detidos desde a quinta-feira (27), por ofensas nas redes sociais à instituição.
De acordo com a corregedoria, os policiais presos são suspeitos de crimes militares como incitação à desobediência, desrespeito a superiores diante de outros militares, recusa em obedecer ordens e publicações indevidas.
As prisões haviam sido determinadas pela juíza da auditoria militar. Na semana passada, o corregedor-geral da PM afirmou que os policiais divulgaram postagens em redes sociais e espalharam e-mails sobre a operação tartaruga.
Os doze presos por participação na operação tartaruga estão respondendo a processos administrativos, que foram abertos no último dia 21. Os processos podem originar de advertência até a expulsão da corporação, afirmou o corregedor Civaldo Florêncio. Os policiais podem pegar até dois anos de prisão caso sejam condenados.
Na quarta (26), um grupo de PMs ocupou a entrada da Câmara dos Deputados em ato contra as prisões da última semana, contra a proposta de reajuste salarial do GDF e pela reestruturação de carreira da categoria.
A ocupação terminou cerca de uma hora depois , quando uma comissão de deputados distritais conversou com o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN). Durante a reunião, as distritais pediram para que o parlamentar entre em contato com o governo do DF para pedir que os policiais sejam soltos. A justificativa foi que as prisões são administrativas, sem decisão judicial.
Os policiais militares em protesto disseram que se acontecessem novas prisões eles iriam adotar a “operação legalidade” durante o Carnaval. A operação consiste em reduzir a atividade policial. Os PMs deixam, por exemplo, de auxiliar na investigação no período imediato à prática de um crime e trafegam com as viaturas apenas na velocidade da via.
Sobre a possibilidade de uma nova ação de menor atividade policial, a PM informou nesta quinta-feira que os comandados devem seguir a linha de serviço da corporação e que o não cumprimento pode gerar penalidades, como a prisão de envolvidos.
As prisões dos quatro policiais identificados como responsáveis por fazer ofensas e críticas à PM nas redes sociais foram determinadas pela juíza da auditoria militar. Um dos PMs é dono de um blog que tem publicado críticas ao GDF e à corporação.
Segundo a assessoria da PM, um dos presos é oficial e os outros três são praças. Não foi informada a patente nem o local de atuação dos detidos.
A Corregedoria informou que os policiais cometeram crime militar e devem permanecer encarcerados até decisão da Justiça. A PM não se pronunciou sobre o conteúdo divulgado nas redes sociais. A lei prevê que militares possam ser presos em caso de crítica e ofensas às guarnições.