O presidente russo, Vladimir Putin, disse que ainda há diferenças com os Estados Unidos a respeito das abordagens e avaliações sobre a crise na Ucrânia, após uma conversa por telefone com o presidente norte-americano, Barack Obama, informou o Kremlin.
Em comunicado nesta sexta-feira (7), Putin disse que o novo governo de Kiev, que assumiu em um golpe anticonstitucional, impôs “decisões absolutamente ilegítimas para as regiões leste, sudeste e a Crimeia”.
“A Rússia não pode ignorar pedidos por ajuda neste tema e age de acordo, cumprindo totalmente a legislação internacional”, disse Putin.
No telefonema nesta quinta-feira (6), Putin pediu que Obama não sacrifique as relações entre os dois países por “divergências sobre determinados problemas internacionais, por mais significativos que sejam”.
“O presidente russo insistiu na importância primordial das relações russo-americanas para a segurança e a estabilidade no mundo”, disse a nota oficial.
A conversa entre Putin e Obama aconteceu depois que o Parlamento da autonomia ucraniana da Crimeia, habitada majoritariamente por russos étnicos, decidiu incorporar seu território à Federação da Rússia e convocou um referendo para o próximo dia 16 para ratificar essa decisão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta sexta que os esforços de Putin para amenizar a crise na Ucrânia são incompreendidos. “Apesar de todos os esforços do nosso presidente, de sua prontidão em explicar a posição da Rússia praticamente todo dia, nós ainda batemos em um muro de incompreensão”, disse Peskov, em comentários que serão transmitidos pela TV estatal Rossiya 24 no domingo.
“É um pouco triste, e o que é pior é que isso é muito ruim do ponto de vista de possíveis repercussões”. O porta-voz acrescentou que o governo russo não está orquestrando os acontecimentos na Ucrânia. “Muito pelo contrário”, disse.