O cientista britânico Stephen Hawking disse nesta terça-feira (18) que a detecção das ondas gravitacionais geradas depois da criação do Universo pelo Big Bang é “outra confirmação da expansão” cósmica, teoria elaborada há mais de 30 anos.
Em declaração à Rádio 4 da “BBC”, o cientista da universidade inglesa de Cambridge lembrou que a “expansão” foi concebida pela primeira vez pelo cosmólogo Alan Guth, que argumentou que na criação do Universo houve um período de “aceleração”, um crescimento ultrarrápido.
Hawking lembrou que em 1982 convidou cientistas que estudavam a teoria para participar de uma “oficina de trabalho” na Universidade de Cambridge, onde concluíram que era válida a ideia da “expansão” no começo do Universo, o que só foi confirmado através de observação dez anos depois de sua proposição.
Em suas declarações, Hawking ressaltou que a expansão pode gerar ondas gravitacionais, algo que foi confirmado ontem por cientistas da Universidade americana de Harvard.
O Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica de Massachusetts (EUA) revelou ter detectado pela primeira vez por meio do telescópio BICEP2, instalado no Polo Sul, as ondas gravitacionais primordiais geradas após o Big Bang.
A equipe dirigida por John Kovac conseguiu perceber pela primeira vez, em um pequeno pedaço do céu, essas ondas gravitacionais, consideradas o ‘Santo Graal’ da cosmologia por comprovarem diversas teorias.
Sempre interessado no futuro do universo, Hawking acredita que a espécie humana “enfrentará uma extinção iminente” se não puder conquistar “novos mundos espalhados pelo cosmos”.
Em entrevista ao programa “Planet”, Hawking estimou que haverá assentamentos humanos na lua dentro de 50 anos e que, nessa época, o homem estará a caminho de pisar em Marte. No planeta vermelho, segundo suas teorias, não será possível viver até 2100.
“Nosso planeta é um velho mundo, ameaçado com uma população cada vez maior e com recursos finitos. Devemos antecipar essas ameaças e ter um plano B”, declarou Hawking. “Se a espécie humana quer sobreviver além dos próximos cem anos, é preciso que atravesse a escuridão do espaço para colonizar novos mundos pelo cosmos”, acrescentou.
(Foto: Um conjunto especializado de detectores
supercondutores é usado pelo telescópio Bicep2, no
Polo Sul, para capturar luz de bilhões de anos atrás/NASA)