O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis divulgou esta semana em sua página pessoal do Facebook um vídeo que mostra um paciente controlando o exoesqueleto desenvolvido por ele e sua equipe pelo Projeto Andar de novo (The Walk Again Project).
O exoesqueleto é um equipamento que pretende fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014.
O texto postado pelo pesquisador diz que “a menos de 80 dias para a abertura do Mundial”, que vai acontecer em São Paulo em junho, “oito pacientes que fazem parte do projeto estão aptos a controlar os movimentos do exoesqueleto usando a atividade elétrica cerebral”.
Nicolelis descreve ainda que a gravação contém “momentos históricos em que um desses pacientes usou a sua atividade cerebral pela primeira vez para controlar os movimentos de um andador robótico que simula o funcionamento do nosso exoesqueleto”.
Cerca de cem cientistas americanos, europeus e brasileiros trabalham no Andar de novo, uma parceria entre a Universidade Duke e instituições de Lausanne (na Suíça), Berlim e Munique (ambas na Alemanha), Natal e São Paulo.
Em janeiro, Nicolelis disse que três unidades do equipamento viriam da Europa para São Paulo, onde seriam testados em um laboratório dirigido por Nicolelis na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD).
O exoesqueleto é um aparelho que envolve os membros paralisados – no caso de um paraplégico, as pernas. Ele pode ser conectado diretamente ao cérebro do paciente, que então controlaria o equipamento como se fosse parte de seu próprio corpo. Dessa forma, seria perfeitamente possível que um paraplégico chutasse uma bola.
A técnica faz parte de uma linha de pesquisa conhecida como “interface cérebro-máquina”, com a qual Nicolelis já obteve resultados internacionalmente relevantes.
Em um dos mais importantes, o neurocientista fez com que macacos não só controlassem uma mão virtual, como também sentissem uma espécie de tato quando exerciam a atividade.
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