Pesquisa do Instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada nesta terça-feira (29/4), mostra uma arrancada de votos que os candidatos à presidência Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) ganharam frente à queda da presidente Dilma Rousseff (PT) – o que aumenta a possibilidade de segundo turno nas eleições de outubro. Segundo os dados, Dilma continua na frente, com 37% da intenção de votos estimulada, seguida de Aécio, com 21,6%, e Eduardo Campos com 11,8%.
Em comparação com a primeira pesquisa CNT/MDA, divulgada em fevereiro deste ano, houve uma queda significativa das intenções de voto para Dilma, que teve 43,7%, enquanto Aécio teve 17% e Campos 9,9% (Veja gráfico acima).
No caso de um segundo turno, Dilma também ganharia, seja com Aécio ou Campos. Contudo, o cenário mais apertado, segundo a pesquisa, é o que coloca Dilma frente a Aécio. Nesse caso, a presidente receberia 39,2% dos votos e o candidato do PSDB 29,3%. Na última pesquisa, divulgada em fevereiro, Dilma ganharia o segundo turno com 46,6%, contra 23,4% de Aécio.
Ainda segundo a pesquisa publicada hoje, se no lugar de Aécio fosse Campos, Dilma ganharia as eleições presidenciais com 41,3% frente aos 24% de votos do presidenciavél do PSB. Na última avaliação, a presidente ganharia com 48,7%, contra os 18% que o candidato do PSB receberia.
Avaliação do governo e desempenho pessoal
De acordo com a pesquisa, 32,9% dos entrevistados aprovam o governo de Dilma. O índice é menor que o da última pesquisa CNT/MDA, em fevereiro, quando o governo teve avaliação positiva de 36,4% da população. O governo Dilma foi avaliado como negativo por 30,6%. Na última avaliação, o percentual foi de 24,8%.
Em relação ao desempenho pessoal de Dilma é aprovado por 47,9% do entrevistados.Em fevereiro, a aprovação chegava a 55%. Já o índice de desaprovação da presidente foi de 46,1%, frente aos 41% apontados na última avaliação
De acordo com a pesquisa, “a queda da avaliação da presidente Dilma pode ser considerada em função dos aumentos do custo de vida e da inflação e da percepção negativa da sociedade em relação aos serviços de saúde, educação, segurança pública e do emprego e renda. Além disso, também contribuíram a má gestão do governo e as denúncias associadas à Petrobras, que colocam a presidente como a grande responsável”.
De acordo com o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a inovação dos dados foi que eles mostraram pela primeira vez uma arrancada mais forte da oposição, com migração de votos da Dilma principalmente para os dois candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos. Ele explica que a conjuntura atual ajuda a explica a deteriorização na imagem da petista. “Em primeiro lugar, os índices sociais. Todos eles, saúde, educação, emprego, renda, tiveram queda acentuada. Isso acabou contribuindo somada a questão da consideração de que a Dilma, de certa forma, está associada a questão da Petrobras, e a má avaliação dela como gerente. Além disso, a inflação mostrou uma sinalização mais clara para a população. O conjunto desses dados explicam a queda da Dilma de fevereiro para cá”, ressalta.
Apesar de indefinido, Batista destaca que há uma sinalização mais clara para o segundo turno. Na avaliação dele, a migração dos votos indica a insatisfação com o quadro social que contribui para que o eleitor comece a tomar mais ciência dos candidatos e a pensar em fazer uma escolha mais pensada. Para reverter os números, Batista sugere que o governe se prepare para dar uma resposta. “Os índices sociais estão bastante comprometidos. O governo vai ter que preparar uma resposta forte, rápida e convincente para tentar debelar essa tempestade que se aproxima com essa transferência de votos”, pontua.
A Pesquisa CNT/MDA avalia os índices de popularidade do governo e pessoal da presidente Dilma Rousseff e dos outros candidtos que vão concorrer à presidência da República nas eleições deste ano. A pesquisa apresentou ainda a opinião da população brasileira a respeito da segurança pública, saúde, custo de vida, e os programas Bolsa Família e Mais Médicos. Assuntos como o caso da aquisição da refinaria de Passadena pela Petrobras também foram abordados.