O Partido da República (PR), integrante da coligação União e Força, que disputa a eleição ao Governo do Distrito Federal com uma chapa constituída por Jofran Frejat e Flávia Arruda, sofreu um importante revés eleitoral após o anúncio, na noite de ontem, de uma saída em bloco do partido.
O principal expoente do grupo de insatisfeitos com os rumos da legenda é o ex-senador e presidente da Fecomércio, Adelmir Santana, que reuniu mais de 100 lideranças empresariais em sua casa, no Lago Sul, para oficializar sua desfiliação do PR e declarar apoio à candidatura de Rodrigo Rollemberg (PSB).
“Estou aqui como cidadão, preocupado com os rumos da nossa querida cidade, para anunciar total e irrestrito apoio a candidatura de Rodrigo Rollemberg ao GDF. Temos aqui pessoas da mais alta qualidade, que se juntam a nós neste momento para confirmar que a candidatura do senador Rollemberg é o melhor para Brasília”, disse.
Outro importante membro do PR que pediu desligamento foi Antônio Gomes, agora ex-secretário-geral do diretório regional do partido. “Hoje [ontem] oficializei minha desfiliação e consequente afastamento do cargo de secretário geral. Estamos encerrando um ciclo. A cidade deseja a mudança das práticas políticas, e acreditamos que o Rodrigo sintetize isso”, afirmou.
Presente no encontro na casa de Santana, o candidato agradeceu a adesão formal do grupo. “O apoio dos senhores muito nos honra e veio na hora certa. Isso fortalece ainda mais nossa candidatura e os senhores podem ter certeza que ninguém será esquecido”, garantiu Rollemberg.
Procurada , a assessoria do candidato Jofran Frejat informou que não irá comentar o caso.
Memória
Com o registro barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa, o ex-governador José Roberto Arruda decidiu no dia 13 de setembro renunciar a candidatura ao governo do Distrito Federal pelo Partido da República (PR). Ele foi substituído pelo vice na chapa, Jofran Frejat (PR). Já para o cargo de vice, a mulher do ex-governador, Flávia Peres (PR), foi a escolhida. Arruda foi condenado pelo Tribunal de Justiça do DF por improbidade administrativa no dia 9 de julho, em segunda instância, pelo suposto envolvimento no esquema de corrupção conhecido por mensalão do DEM. Com isso, a candidatura dele foi barrada pelo TSE. O candidato entrou com recursos na Justiça, mas não obteve decisão favorável.
A saída do ex-governador José Roberto Arruda do jogo eleitoral criou o “fato novo” no cenário político capaz de atrair o eleitor até então indeciso. Desde então, o senador e candidato ao governo do DF Rodrigo Rollemberg (PSB) vem subindo na preferência do eleitorado. Na pesquisa divulgada ontem (24) pelo Ibope, Rollemberg lidera com 31% das intenções de voto, seguido de Frejat (21%) e Agnelo (19%).
Com o racha no PR, além do desgaste eleitoral, o grupo de Frejat perde apoio relevante de empresários que podem ser decisivos para uma nova arrancada de Rollemberg, pois um fortalecimento financeiro na reta final da campanha pode fazer toda diferença e, com isso, acende a possibilidade de uma decisão no primeiro turno. Caso não seja possível, lhe dá mais fôlego para o segundo.