A população em situação de pobreza caiu 63% no Distrito Federal entre 2010 e 2013. Redução significativa também teve a linha de extrema pobreza, que caiu 61,1%. Segundo pesquisa do Dieese e da Sedest, em 2010, 1,8% dos habitantes tinham renda per capita de até R$ 70. Em 2013 esse percentual caiu para 0,7%. O resultado é reflexo das políticas sociais dos governos local e federal ao longo dos últimos três anos. Segundo a Sedest, a redução ocorreu a partir da implementação do programa DF Sem Miséria, lançado em 2011 pelo GDF.
“Esse foi apenas um dos efeitos do DF Sem Miséria. Foi tão bom (o resultado), que foi reconhecido pela ONU. As famílias em situação de pobreza, cuja renda per capita é de até R$ 140, caíram de 7,3% para 2,4% no mesmo período”, explica o secretário da Sedest Osvaldo Russo.
A pesquisa ouviu 2.688 domicílios e considerou dados da PDAD/Codeplan de 2013. O levantamento avaliou o impacto da suplementação financeira repassada às famílias beneficiárias do programa federal. “Foi possível perceber que o CRAS é referência para a população de baixa renda e ele cumpre seu papel de forma efetiva”, afirma o pesquisador do Dieese Antônio Ibarra.
EDUCAÇÃO – 51,5% das crianças pertencentes ao grupo 1 frequentavam creches, ensino infantil ou fundamental I, durante o período pesquisado. No grupo 2, esse índice chega a 44,8% e os demais grupos pontuam 40,7% e 48,7%. Dos indivíduos matriculados na escola, o percentual de responsáveis que respondeu não haver dificuldades em relação à frequência escolar chegou a 70,9%.
O levantamento apontou que 85,2% das famílias entrevistadas eram chefiadas por mulheres, onde 67,1% estavam na faixa etária de 30 a 49 anos. Em relação ao número de crianças por domicílio, o grupo 1 apresentou média de 1,56.
EMPREGO – A pesquisa dividiu os beneficiários de programas sociais do DF em 4 grupos: o primeiro engloba os que recebem o Bolsa Família (BF) e a suplementação do GDF. O segundo recebem apenas o BF. O terceiro considera as famílias cadastradas no CadÚnico Elegíveis (R$ 154,00 e R$194,00) e o quarto grupo é composto por cadastrados no CadÚnico, mas que não recebem o benefício.
Na empregabilidade, 48,9% dos entrevistados que fazem parte do grupo 1 estavam ocupados em 2013. No grupo 2, o percentual atingia 57% e os demais grupos pontuaram 58,9% e 46,6%, respectivamente. A taxa de desemprego foi de 20,2% para os indivíduos do grupo 1 e de 9,7% para os indivíduos dos grupos 2 e 3 e 16,7% de quem estava no grupo 4.
Os beneficiários que buscavam emprego na Agência do Trabalhador chegaram a 30,1%.
MORADIA – Um em cada quatro beneficiários moravam de aluguel. A maior parte dos entrevistados declararam possuir casa própria. Em média, 95,6% das famílias residiam em moradias de alvenaria. No entanto, 33,22% dos beneficiários dos dois programas estavam inscritos no programa Morar Bem.
QUALIDADE DE VIDA – A aquisição de eletrodomésticos como geladeira e máquina de lavar cresceu nos últimos dois anos. Porém, a compra de aparelhos celulares lidera os itens comprados pelos entrevistados.
No grupo 1, 65% das famílias entrevistadas declararam ter grande dificuldade na hora de pagar as despesas básicas, como água, luz e telefone. Já sobre a alimentação, 65%atribuíram notas de 3 a 5 para a qualidade e quantidade de alimentos adquiridos.