Justiça condenou estabelecimentos a indenizarem paciente em R$ 100 mil.
Ele fez três meses de tratamento e teve efeitos colaterais; cabe recurso.
A 4ª Vara Cível de Brasília condenou dois laboratórios a pagarem R$ 100 mil a um homem que, por erro de diagnóstico, se submeteu a um tratamento contra câncer mesmo sem ter a doença. Ele passou por três meses de quimioterapia e radioterapia até descobrir que o resultado do teste estava errado. Cabe recurso à decisão.
De acordo com a ação, o paciente foi encaminhado a um cirurgião de cabeça e pescoço após sentir incômodo no ouvido. Ele fez dois exames, que apontaram que ele tinha um linfoma maligno. Além de fazer quimioterapia e radioterapia, o homem tomou medicamentos contra câncer.
Ele relatou ter tido diversos efeitos colaterais, como náuseas, tontura, fadiga e perda de apetite. Com o quadro, o médico pediu a repetição dos testes nos materiais coletados para a biópsia. O terceiro laboratório apontou que o paciente não tinha a doença.
Em defesa, o primeiro laboratório disse que o diagnóstico que diferencia linfoma de hiperplasia – aumento de células em uma região do corpo – “é difícil e, às vezes, impossível”. Também alegou que o laudo emitido está correto. O segundo laboratório declarou que não afirmou que o homem tinha câncer, apenas buscou identificar qual seria o linfoma apontado pelo exame feito pelo primeiro estabelecimento.
Responsável pela análise, o juiz Giordano Resende Costa concluiu haver elementos suficientes para reconhecer que os laboratórios emitiram laudos equivocados. “O laudo pericial é conclusivo no sentido de que ‘não havia neoplasia antes da realização da quimioterapia’. Ora, o diagnóstico de uma doença como o câncer deve ser isento de qualquer dúvida por parte do laboratório que emite o laudo, tendo em vista a gravidade da doença e o impacto psicológico que o seu diagnóstico causa ao paciente”, afirmou.
Fonte:g1