Em um dos maiores eventos da Apple, a empresa mostrou novas funcionalidades do sistema operacional iOS 9 (usado em iPhones e iPads). No entanto, parece que ganhou mais o foco a consolidação desse sistema do que a apresentação de recursos inovadores, que não estejam em concorrentes.
Como esperado, a gigante da maçã não apresentou grandes mudanças visuais (os sistemas contam com algumas melhorias), no entanto boa parte delas já estava presente em algum concorrente, no sistema Android ou no Windows. Parece que a companhia priorizou a melhoria de desempenho em vez de volume de lançamentos.
Veja a seguir os destaques que deverão chegar para o iOS 9 durante o outono no hemisfério Norte (entre setembro e novembro), quando deve ser liberado gratuitamente para todos os usuários de dispositivos Apple.
Spotlight
A ferramenta de busca Spotlight do sistema móvel ficou mais poderosa. Agora, mostra sugestões de contato, aplicativos mais usados, sugestões de locais e notícias. Esse recurso já está disponível no Google Now, aplicativo de busca inteligente do Google, com exceção dos contatos mais utilizados.
Siri
A Apple foi pioneira com a assistente pessoal Siri, lançada no iPhone 4S. Ela ficou mais esperta. Ela agora passará a atender comandos do tipo “Mostre-me fotos de Utah” e exibirá todas as fotos da galeria do usuário tiradas no local.
Isso não é necessariamente uma novidade, pois o Google lançou uma funcionalidade parecida em 2012, onde, pela busca da empresa, o usuário pode acessar suas próprias informações ou informações de amigos postadas no Google +.
“Proatividade”
Com a nova versão da assistente Siri, ela vai tentar adivinhar algumas ações do usuário. Ao plugar um fone de ouvido, por exemplo, ela vai abrir o aplicativo de música. Além disso, ao receber uma mensagem, o usuário poderá gerar lembretes do tipo “lembre-me disso mais tarde”. Resumindo, a assistente vai ganhar boas doses de inteligência artificial.
Sobre o primeiro recurso, o Aviate –programa do Yahoo! que muda a interface gráfica do Android– já executa a função: plugou um fone de ouvido e o sistema já sugere abrir algum aplicativo de entretenimento, como serviço de streaming de música ou de vídeo. Já o segundo foi mostrado pelo Google para o Android M no último I/O. A ferramenta foi chamada pela companhia de “Google Now on tap”.
Ao receber, por exemplo, uma mensagem de alguém sobre um convite para jantar, a assistente do Google vai sugerir colocar o compromisso no aplicativo de calendários –um funcionamento bem parecido com o anunciado pela Apple.
Cuidado com iPhones antigos
A companhia anunciou medidas que podem melhorar (ou deixar “menos pior”) a experiência de pessoas que têm iPhones antigos, como o modelo 4S (o aparelho mais velho a receber a atualização iOS 9). A empresa promete melhorar o uso de bateria com um modo de baixo consumo –com ele ativado, a bateria pode durar até três horas adicionais.
A funcionalidade de cortar recursos do smartphone (como reduzir o brilho da tela ou reduzir efeitos da interface do dispositivo) sempre esteve presente em telefones Android. Empresas como Motorola, LG e Samsung contam com soluções próprias em seus telefones.
Multitarefa no iPad
Uma das novas funcionalidades do novo iO9 é que os iPads mais novos poderão abrir dois programas simultaneamente, fazendo ajustes sobre a proporção que cada programa terá de ocupar na tela. A funcionalidade só estará disponível em modelos mais novos do tablet da companhia.
Antes disso, um dos poucos tablets do mercado que continha essa função de dividir janela de apps era o Surface (disponível apenas em alguns países). Aparelhos da Samsung da linha “Note” (smartphones e tablets) também conseguem rodar alguns aplicativos simultaneamente, visualizando-os em uma tela dividida.
Editor de Notas reformulado
O aplicativo de Notas passa a suportar imagens, listas de tarefas e até a possibilidade de fazer rascunhos desenhando com o dedo.
Os usuários de Android podem ter uma experiência semelhante a essa com o aplicativo Keep, desenvolvido pelo Google para ser uma espécie de bloco de notas móvel, cujo conteúdo é sincronizado na nuvem. No caso da Apple, as informações são armazenadas no iCloud.
Mapas com dados de transporte público
A ferramenta de Mapas, da Apple, vai passar a mostrar dados de transporte público de algumas cidades dos Estados Unidos e, posteriormente, da China. Como diferencial, a empresa informa que mostrará informações ao vivo (como verificar a hora quem um ônibus passará por aquele ponto) e dados de itinerário.
O Google conta com um recurso parecido no Google Maps há um tempo. A companhia de buscas diz que já está presente em mais de 18 mil cidades.
Notícias
Com esse aplicativo, a Apple quer ser reconhecida como “porta” de acesso a conteúdos jornalísticos. Com essa iniciativa, algumas empresas de comunicação poderão publicar diretamente na plataforma da empresa da maçã. A companhia oferece recursos fáceis para organizar galeria de imagens, suporta vídeos e animações com a interação do display aberto.
Depois de analisar as preferências do usuário, ele passará a dar dicas de notícias de que ele possa gostar. A Apple não liberou detalhes sobre o modelo de negócio. A empresa, a princípio, disse que conteúdos do “The New York Times”, “ESPN”, “Atlantic” e outros parceiros facilitarão a vida do leitor.
A ideia do aplicativo parece ser uma mistura do que o Facebook fez recentemente com algumas empresa jornalísticas com o Flipboard (aplicativo que permite ler notícias em forma de revista digital).
O que só o iOS tem?
Uma das preocupações da empresa foi com a segurança e a privacidade dos usuários. A companhia passará a pedir, como padrão, uma senha de desbloqueio de seis caracteres (atualmente, o padrão é de quatro) para aparelhos com TouchID (leitor de digital, incorporado a partir do iPhone 5S).
O sistema de segurança terá autenticação em dois fatores. Em termos práticos, isso ajuda o usuário a saber se há alguma tentativa de roubo de conta, por exemplo. A vítima receberá uma mensagem cada vez que houver acesso à sua conta bancária.