Segundo os Bombeiros, diminuição ocorreu pela quantidade de chuva atípica nos meses abril e maio
Os focos de queimada caíram 49,92% de abril até julho deste ano em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com o Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros. Em 2015, foram registradas 676 ocorrências de incêndio enquanto, no ano anterior, haviam sido 1.354 casos. Até o momento, foram 564,55 hectares de área queimada no Distrito Federal, contra 1.728 hectares no ano passado.
O grupamento informou que essa diminuição ocorreu pela quantidade de chuva atípica nos meses abril e maio. Segundo a corporação, a chuva diminuiu as ocorrências nesses meses, mas ainda é cedo para fazer a previsão de um balanço geral do ano, já que há a possibilidade de o período de seca se prolongar e, com isso, as queimadas durarem até outubro.
“Esse ano tem sido muito bom relativo aos períodos passados. Mesmo assim, a gente está se preparando normalmente, até porque, provavelmente, em outubro ainda teremos operações”, afirma o sargento Assis.
EL NIÑO – Em abril, durante a preparação dos soldados para o período da seca, o tenente-coronel Glauber de La Fuente, comandante do grupamento, afirmou que 2015 tem uma característica peculiar, já que os meteorologistas preveem a chegada do El Niño — o fenômeno afeta o clima em diversas regiões do planeta por conta do aquecimento das águas do oceano Pacífico. “Suas consequências podem potencializar os efeitos da seca, elevando ainda mais a possibilidade de queimadas”, explicou o militar.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), já é possível sentir os efeitos do El Niño no Brasil. As chuvas no Nordeste e no Sul e, também, a diminuição da umidade no Centro-Oeste são decorrentes desse efeito. Segundo o instituto, essa tendência pode provocar picos de baixa umidade no DF até setembro, o período mais crítico da seca.
Apesar da menor umidade do ar ter sido registrada em janeiro (26%), o mês de julho também tem indicado valores baixos, por volta de 30%. O Inmet ainda informou que a previsão para o restante da semana é de valores entre 32% e 85% de umidade e as temperaturas devem variar entre 12º (mínima) e 28º (máxima) até domingo.
PREPARAÇÃO – Os bombeiros já têm se preparado para os períodos mais problemáticos das queimadas. Segundo o Grupamento de Proteção Ambiental, a operação Verde-Vivo começou em abril e deve seguir até novembro. O objetivo é preparar a população e os militares do Corpo de Bombeiros para possíveis incêndios florestais.
A operação é dividida em cinco etapas: a preparação de soldados, campanhas educativas, palestras de conscientização, aumento de pessoal e viaturas nas unidades de áreas mais críticas e, por último, a desmobilização do pessoal. O grupamento informou que tem disponível 280 militares para os combates a incêndios. O déficit maior é para os cargos de capitães e tenentes, em que 10 tinham que ser apresentados, mas até o momento apenas um foi direcionado para a operação.