Após dois dias com plenário vazio, a Câmara Legislativa do Distrito Federal conseguiu aprovar nesta quinta-feira (13) o repasse adicional de R$ 52,8 milhões à Secretaria de Mobilidade para pagar as faturas de agosto com as empresas de ônibus. O texto vai à sanção do governador Rodrigo Rollemberg, que deverá agilizar o processo para garantir que o dinheiro chegue à pasta até o fim deste mês.
O pedido de crédito suplementar estava pendente desde junho. Na terça (11), o tema foi aprovado pela Comissão de Orçamento e Finanças, mas não houve deputados suficientes em plenário para a votação. A situação se repetiu na quarta (12).
Na terça, o secretário de Mobilidade, Carlos Tomé, precisou ir à comissão para justificar o pedido de dinheiro e demonstrar o “desequilíbrio financeiro” alegado pelo GDF. Tomé adiantou aos deputados que, além dos R$ 52,8 milhões, terá que pedir mais R$ 116 milhões para fechar o ano.
A análise do crédito nesta quinta marcou a primeira votação da Câmara em plenário desde o retorno do recesso, no dia 3 de agosto.
(Foto: Lucas Nanini/G1)
Mais dinheiro
O projeto aprovado remaneja recursos que seriam empregados em obras esportivas e de urbanização no Gama, no Itapoã e em Planaltina, além de construção e reforma de paradas de ônibus em diversos pontos do DF. Agora, esse dinheiro vai compor o subsídio que o GDF repassa mensalmente às empresas que operam nas bacias de ônibus.
“Da minha parte, ele não terá R$ 1 a mais do que já foi passado, que já está no Orçamento. É um acinte mandar mais dinheiro para os empresários do transporte público do DF”, afirmou Renato Andrade no último dia 6. Ele preside a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a licitação que renovou os contratos de ônibus, entre 2010 e 2012.
A secretaria afirma que o subsídio custa R$ 40 milhões mensais e diz que o Orçamento de 2015 previu apenas R$ 60 milhões para o ano todo. Segundo Andrade, o valor mensal seria de R$ 80 milhões. Em março, a pasta recebeu aval da Câmara para R$ 120 milhões adicionais. O montante bastaria só até junho, de acordo com a secretaria.
“As duas coisas precisam ser tratadas de forma separada. Uma delas é a investigação da licitação, a que somos favoráveis. Nossos técnicos estão passando todas as informações. Outra coisa é o sistema, o dia a dia das pessoas andando de ônibus”, afirmou Tomé no início do mês.