O governo federal vai procurar acelerar os trabalhos de novas usinas de energia elétrica para compensar atrasos causados por paralisações em obras como a da usina de Belo Monte (PA), disse nesta quarta-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitindo que as seguidas interrupções elevam custos dos projetos.
“Isso (paralisações) sempre têm o seu impacto. Porém nos estamos procurando adiantar todo o processo de outras hidrelétricas e termelétricas para garantir – e essa garantia nós temos que dar ao povo brasileiro – de que não haverá nenhum impacto no fornecimento de energia”, disse Lobão a jornalistas durante reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Segundo o ministro, as invasões de canteiros de obras “elevam custos, paralisam obras por dias e dias e ainda causam depredações”.
Na semana passada, índios Munduruku paralisaram o trabalho em um dos três canteiros de obras da usina Belo Monte, no rio Xingu, exigindo uma revisão dos planos do governo para construir uma dúzia de hidrelétricas na região.
Na terça-feira, o governo se reuniu em Brasília com 144 índios Munduruku e de cinco outras etnias para negociar o fim de uma semana de ocupação de Belo Monte, que deve se tornar a terceira maior hidrelétrica do mundo.
“O governo não vai abrir mão dos seus projetos, mas fará as correções necessárias… Acertamos as divergências, mas não podemos aceitar mais ocupações nos canteiros”, disse o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, após a reunião.
Nesta quarta-feira, Lobão afirmou ainda que o governo está “extremamente atento (…) e quanto ao futuro nó estamos tentando aquietar as coisas para que não haja nenhum comprometimento” aos planos expansão de geração de energia do país.
Enquanto isso, a presidente Dilma Rousseff defendeu durante a reunião que o país precisa ter cuidado com o tipo de energia elétrica que utiliza, afirmando que usinas térmicas são mais poluentes que as hidrelétricas com reservatórios.