Um grupo de cem funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entregou os cargos de chefia em apoio à greve nacional da categoria, iniciada no dia 13 de julho. O documento foi protocolado na sede do órgão nesta quinta-feira (27), no Distrito Federal. Procurado, o INSS não se posicionou até a publicação desta reportagem.
No DF, os servidores paralisaram as atividades em todas as 19 agências do Distrito Federal.O sindicato da categoria, Sindprev, informou que só estão sendo realizados atendimentos médicos e reagendamentos.
Os servidores pedem reajuste salarial de 27,5%, incorporação de gratificações, implantação de 30 horas de trabalho semanal para todos os funcionários, realização de concurso público e melhoria das condições de trabalho.
Na quarta-feira (26), servidores ocuparam o térreo da superintendência do órgão em Brasília, no Setor de Autarquias Sul. Os manifestantes alegaram que tiveram o ponto cortado em alguns estados por conta da greve. Eles afirmaram ter entrado com liminar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para impedir a medida. O INSS informou que não iria se posicionar sobre o suposto corte de ponto.
Gerente de uma agência em São Paulo, Marcelo Vasques disse que é a primeira vez que funcionários com cargos de chefia aderem de forma maciça a alguma paralisação. “Fizemos isso em solidariedade à categoria”, afirmou. “A gente vê que esse modelo de gestão está falido. As condições de trabalho são péssimas: não temos equipamento ideal, temos até que economizar papel.”
Outro gerente do INSS, que trabalha na agência da Asa Sul, relatou que “o principal motivo foi o corte arbitrário e ilegal [do salário dos funcionários por aderirem à greve], no meu ponto de vista, por parte da direção do INSS”. “Não poderia ficar inerte com uma situação que não acho justa.”