De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores, o setor cresceu 7,3% no ano passado
Fazer estoque de alimentos para driblar o aumento de preços tem sido a opção mais utilizada pelo consumidor. Em meio à crise, as vendas nos supermercados que comercializam por atacado são as que mais têm crescido no país.
De acordo com a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o setor cresceu 7,3% no ano passado, 0,9 ponto percentual acima da inflação e acima do crescimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). Com faturamento de R$ 211,8 bilhões em 2014, os atacadistas concentraram 51,7% do mercado nacional de mercearias.
Os produtos mais procurados nos atacados são os não perecíveis, ou seja, aqueles que possuem tempo de durabilidade longo e não precisam ser mantidos sob refrigeração, congelamento ou aquecimento. Podem ser armazenados à temperatura ambiente, como o arroz, feijão, óleo, café, alimentos enlatados e materiais de limpeza e higiene.
Os clientes são atraídos pelo custo mais baixo das mercadorias se comparado com os outros comércios. Com a inflação em alta, os consumidores estão migrando para este segmento. É o caso da dona de casa Maria do Socorro, que fica responsável pelas compras do mês. “É necessário pesquisar e trazer uma calculadora para ver se, no final, vale a pena levar em quantidade ou não. Eu tenho preferido o atacado pelo preço e não pela qualidade”, disse.
O economista brasiliense Emerson Souza alerta aos cuidados na hora de comprar no atacado. “Normalmente, compra-se em grande quantidade coisas do dia a dia, como arroz e feijão, esquecendo de outros itens importantes e gastam-se todos os recursos no atacado. Se todos os dias tiver que comprar, por exemplo, uma carne, o investimento não valerá a pena. Isto vale para frutas e verduras, que estragam muito rápido”, alertou.
A assistente de finanças Karina Souza reforça as vantagens de comprar alguns produtos em maior quantidade: “Em alguns casos, a diferença de preço é absurda. As compras da minha casa ficam quase metade do preço quando compro no atacado. Mas preciso ficar atenta para não comprar aquilo que não vou consumir só por conta do preço mais em conta”.
Parte destes clientes usam da tecnologia como forma de pesquisa de preços. Por meio das redes sociais e aplicativos de smartphones, é possível economizar dinheiro e tempo. O empresário Márcio Souza conta da facilidade que a tecnologia agregou às finanças domésticas. “Esse negócio de pegar um papel e ir anotando acabou. O que eu preciso comprar acesso no aplicativo e vejo onde está mais barato vou lá e compro. As pessoas de grupos do Facebook também postam quando acham algo barato. Não perco tempo indo a vários locais”, disse Márcio.
Selecionamos quatro aplicativos gratuitos que ajudam a economizar na hora das compras:
1- O aplicativo Meu Carrinho utiliza a câmera do celular para registrar os códigos de barra dos produtos. Ele faz uma relação das ofertas dos produtos escolhidos em vários supermercados diferentes. O usuário pode ainda adicionar as compras no aplicativo, que calcula quanto o consumidor vai pagar antes de chegar ao caixa.
2- O Boa Lista é um aplicativo colaborativo, que cresce na medida em que usuários adicionam produtos e compartilham preços e opiniões. O aplicativo também lê o código de barras e indica quais os melhores preços nas lojas. O Boa Lista aciona ainda o GPS do celular e mostra quais os lugares mais próximos com os melhores preços.
3- O iListTouch conta com mais de 600 produtos cadastrados, com os preços em reais, para que o cliente calcule quanto vai gastar. O aplicativo permite que o usuário crie uma lista do supermercado com os alimentos preferidos.
4- O aplicativo Buy Me a Pie permite que os usuários compartilhem suas listas de compras com outras pessoas. O app é uma boa pedida para pessoas que moram juntas, porque permite que o usuário atualize a lista de produtos que serão comprados por um outro membro da família, por exemplo.