O prazo da prisão temporária de João Rezende Henriques, apontado pela Operação Lava Jato como o maior operador de propina na Diretoria Internacional da Petrobras, vence nesta sexta-feira (25). Henriques foi preso na 19ª fase da operação, deflagrada na segunda-feira (21). Ele está detido na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense.
A prisão poderá ser prorrogada por mais cinco dias ou convertida para prisão preventiva, quando não há prazo para expirar. Os pedidos de prorrogação ou de conversão para preventiva poderão ser feitos pela PF ou pelo Ministério Público Federal (MPF), caso achem necessário. Se isso não acontecer, Henriques ganhará a liberdade.
A decisão cabe ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância.
A Polícia Federal associa o nome de João Henriques ao PMDB, uma vez que ele agiria como operador do partido.
“Esse operador é investigado por intermediar o pagamento de propinas com destaque, especificamente, por um contrato de compra de navios-sonda pela Petrobras no valor de mais de 1,8 bilhão de dólares, em que a propina ultrapassa 30 milhões de dólares. Há um indicativo do envolvimento do PMDB, até por ser um partido que vem sendo mencionado quando se diz respeito a diretoria Internacional”, disse o delegado Igor Romário de Paula.
A direção do PMDB afirma que jamais autorizou ninguém a agir como intermediário, lobista ou operador junto à Petrobras.
Henriques já é réu em uma ação penal da Lava Jato que tramita na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba. Ele responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na mesma ação em que Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área Internacional da Petrobras. As acusações partiram da 15ª fase da Lava Jato.
José Antunes Sobrinho
A atual fase tamém prendeu um dos donos da Engevix – José Antunes Sobrinho. De acordo com as investigações, ele entrou em contato com testemunhas da Lava Jato para alterar a verdade. Ele também está detido na carceragem da PF, em Curitiba.
A propina paga pela empresa para Othon Luiz Pinheiro, ex-diretor-presidente da Eletronuclear teria ocorrido por meio de contratos da Engevix com a estatal entre 2011 e 2013.
De acordo com o MPF, Sobrinho realizou pagamentos de propina já com a operação em curso.
Sobrinho também já é réu da Lava Jato e responde pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro na mesma ação que envolve Dirceu. Ele teve um mandado de prisão preventiva expedido e não tem prazo para deixar a prisão.