A pista onde Rosilda Ferreira dos Santos, de 52 anos, espera o ônibus era um sonho antigo da costureira que mora há mais de duas décadas no Núcleo Rural Sobradinho dos Melos, localizado na altura do km 5,3 da DF-250, no Paranoá. A via, com 6,5 quilômetros de extensão, foi totalmente asfaltada e recebeu a rede de drenagem. Agora, resta somente terminar a instalação dos meios-fios, de três rotatórias e da sinalização. Noventa e seis por cento das intervenções já estão concluídas, e a previsão é que toda a infraestrutura esteja pronta até o fim do ano.
A obra tem investimento de R$ 7.944.576,35, verba referente a parte do financiamento de R$ 500 milhões fechado pelo governo em 29 de janeiro com o Banco do Brasil. Os benefícios, que estavam parados desde o ano passado, foram retomados graças à assinatura do contrato e eram esperados com ansiedade pelos moradores. “Foi a melhor coisa que aconteceu aqui nos últimos anos”, resume a costureira, ao lembrar sem saudade dos dias em que precisava pegar transporte coletivo na estrada ainda de terra. “Tinha vezes que o ônibus quebrava por conta do caminho, e a gente esperava horas.” Quando chovia, segundo Rosilda, a área ficava tomada por buracos e nem carros menores, menos pesados, podiam passar. “As crianças não iam à aula, pois o escolar não conseguia buscá-las.”
Alegria semelhante vivencia Cintia Fernandes, de 26 anos. A dona de casa recebeu a chave do apartamento próprio no Paranoá Parque há um ano e três meses e espera ansiosa o residencial ganhar forma. Da janela de casa, ela vê passarem os caminhões que trabalham na rede de drenagem de águas pluviais, 90% concluída. Tudo deve ser entregue até meados do mês que vem. A bacia de contenção, com capacidade para receber até 65 mil litros, comportará o recurso hídrico captado pelo restante do sistema, que já está pronto. São 2,1 quilômetros de instalações.
Além das obras de drenagem, da ordem de R$ 5.559.326,76, o conjunto habitacional recebeu benefícios como o remanejamento de linhas de água e esgoto, na terceira e na quinta etapas do empreendimento, a extensão da rede aérea de energia e a instalação de cinco transformadores.
A infraestrutura do lugar é uma das 52 prioridades listadas no plano de obras que o governo lançou em julho com projetos em execução, reiniciados ou a serem licitados. Para Cintia, falta agora a construção de creches e de escolas que atendam a população local, além de melhorias no transporte público.
Outras construções
As benfeitorias que facilitam o dia a dia de Rosilda e de Cintia são duas das 26 obras, em vários pontos de Brasília, que estão de 80% a 99% executadas. Das 106 obras previstas para serem feitas com a primeira parte do financiamento — no valor de R$ 260 milhões —, 40 foram concluídas e 31 encontram-se em andamento. Outras seis pararam por motivos como falta de licença ambiental, e três precisam ser iniciadas.
Na mesma relação daquelas com porcentual avançado de execução, há o reforço do sistema de abastecimento de água do aeroporto, de Vargem Bonita e do Park Way, com 91% das obras prontas, e a restauração da DF-035, no trecho DF-025, na Estrada Parque Dom Bosco, até o entroncamento com a DF-001. A intervenção atende moradores do Lago Sul, de São Sebastião e do Jardim Botânico, abrangendo Jardins Mangueiral e condomínios do Lago Sul. A parte recuperada tem 4,2 quilômetros de extensão e inclui duas faixas de rolamento — além da de segurança — e uma ciclofaixa. Para serem concluídas, é necessário apenas finalizar a sinalização, o que deve ocorrer neste mês.
O governo agora se esforça para acelerar a prestação de contas a fim de liberar a segunda parcela do financiamento — R$ 240 milhões — neste ano ainda.