Representantes da construção civil reclama de obras públicas paradas
Empresários da construção civil do DF alertam que a paralisação das obras públicas no DF está levando o setor a uma situação de caos, com a explosão do desemprego. Os apelos unânimes para que o governo do DF volte a investir no setor foram feitos na comissão geral que a Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou semana passada.
Segundo o presidente da Indústria da Construção Civil do DF, Luiz Carlos Botelho, desde janeiro deste ano até agora o Distrito Federal aumentou de 12 para 90 mil o número de desempregados naquele setor. A estimativa dos empresários é de que o índice desemprego já tenha aumentado 450%, com possibilidade de chegar a 900% em fevereiro de 2016, se não houver novos investimentos e retomada de obras paralisadas. “No DF estão sendo demitidos 47 engenheiros por mês, sendo que cada engenheiro a menos representa 150 a 200 operários sem emprego “, advertiu.
Também o presidente da Associação Brasiliense de Construtores (Asbraco), Luiz Afonso Assad, lamentou a situação de crise crescente na construção civil, enfatizando que a situação causa apreensão entre os empresários. Ele pregou a necessidade de o governo resolver as questões legais que impedem a celebração de novos contratos e defendeu que a Terracap possa transferir recursos para a Novacap, no sentido de garantir a execução de projetos que aguardam liberação de recursos.
“Esses dados apresentados pelos representantes da construção civil são estarrecedores”, ressaltou o deputado Chico Vigilante, ao fazer um apelo para que o governo tome medidas urgentes para reverter a paralisação das obras, citando especialmente o caso da construção civil. Ele lembrou que os deputados da oposição estão empenhados em ajudar o governo a retomar o desenvolvimento da cidade.
“Nós vamos parar no caos, se continuar essa situação”, protestou o deputado Wellington Luiz (PMDB), propondo que o governo reinicie as obras mesmo enfrentando as ações impetradas pelo Ministério Público. “Eu sou servidor público e posso falar: nossos empresários já tiveram paciência demais”, comentou.
O distrital Agaciel Maia (PTC), presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF), defendeu que o problema do atual governo não é apenas a falta de recursos. “O governador tem que deixar a cadeira no Buriti e sair na Esplanada dos Ministérios em busca de recursos para investimentos, inclusive por meio de financiamentos internacionais”, recomentou.
Otimismo – Em defesa do governo, o presidente da Novacap, Hermes de Paula, afirmou que a situação de crise nos investimentos ocorre em vários outros estados do País, inclusive com situações piores do que a enfrentada no DF. Ele assegurou que, apesar das dificuldades, o governador Rollemberg está “otimista” em superar os problemas e voltar a investir em obras públicas.
O dirigente da Novacap criticou os “entraves burocráticos” que dificultam as licitações de obras e justificou a paralisação da construção do Parque Burle Max, citando que no governo passado houve redirecionamento de recursos para a construção do Estádio Mané Garrincha – o que acabou prejudicando as obras de urbanização no Setor Noroeste. “Por isso ninguém está conseguindo vender os terrenos lá”, reclamou.