Em 10 meses, foram 3,4 mil chaves; meta é de 60 mil até fim do mandato. Governo busca novos modelos; governo Agnelo só entregou 12% da meta.
O governo do Distrito Federal espera concluir o atual mandato, em dezembro de 2018, com 60 mil moradias entregues a cidadãos de baixa renda. Entre janeiro e novembro, foram 3,4 mil unidades concluídas e repassadas aos moradores. Segundo a Secretaria de Gestão do Território e Habitação, o déficit habitacional é o dobro da meta: faltam 120 mil casas na capital.
“Estabelecemos como meta entregar 40 mil unidades de provimento habitacional novo e 20 mil de atendimento por meio de assistência técnica da Codhab”, diz o chefe da pasta, Thiago de Andrade.
Até o fim do ano, o governo pretende entregar 8 mil casas. Para isso, precisa terminar 5,6 mil delas, ou 70% do previsto para 2015, em um mês. Atualmente, há 17 empreendimentos em construção no DF.
As metas propostas pela gestão Rollemberg são mais modestas que as do antecessor, Agnelo Queiroz. O governo anterior prometia entregar 100 mil casas em quatro anos, mas fechou 2014 com apenas 12 mil residências novas e repassadas aos cidadãos. Segundo Andrade, o descumprimento da meta gerou frustração.
“O que houve foi uma informação, até o final do ano passado, de geração de expectativa em termos de uma série de empreendimentos que estavam projetados, mas que ainda não tinham sido iniciados. Alguns deles têm problemas ambientais, de financiamento e de terem sido impugnados, alguns editais, pela Justiça”, diz o secretário.
Novos modelos
Um dos empreendimentos na fila do GDF é o residencial Nascente Ribeirão, “bairro” que será construído na região de Santa Maria. O projeto é feito em parceria do governo com associações e cooperativas habitacionais. Se der certo, o modelo deve ser adotado em outras áreas da capital.
Pela proposta, as entidades entraram com o terreno, particular, e vão fazer os estudos ambientais, a construção dos edifícios e de estruturas como escolas e postos de saúde. O GDF não tem custos e oferece apenas a lista de beneficiados da Codhab, que recebe 6 mil dos 12 mil apartamentos previstos.
“Está numa das áreas que carecem de incentivo, ali, para a ocupação ordeira. A gente irregularidades, isso é muito bem vindo porque ajuda a ordenar aquela porção da cidade”, diz Thiago de Andrade.
As obras devem começar apenas em julho de 2017, com previsão de entrega para o fim de 2018. A lista de espera da Codhab tem 140 mil pessoas, e quem aguarda na fila reclama da lentidão.
“Tudo que me pediram eu levei, em 2013, e desde então estou aguardando. Até hoje, nunca saiu”, diz a empregada doméstica Lindalva Alves. Ela espera um imóvel há 28 anos. Quando levou a documentação à Codhab, há dois anos, ouviu que teria direito a um apartamento de dois quartos.
Desde então, Lindalva recebeu cartas confirmando a habilitação, mas a terceira etapa do Morar Bem no Riacho Fundo II nunca saiu do papel. “No fim de outubro, estive lá e me falaram que tinha 2.613 pessoas na minha frente”, afirma. Segundo a secretaria, há um problema judicial embargando as obras na área.