As principais portas de entrada aos serviços são os hospitais e a Delegacia da Mulher. A Casa da Mulher Brasileira oferece apoio em diversas áreas e só está instalada no DF e no Mato Grosso
O drama da violência sexual é sofrido diariamente pelas brasilienses. De 2010 a 2014, 3.910 pessoas passaram por esse tipo de abuso e procuraram algum hospital ou ponto de apoio da Secretaria de Saúde do Distrito Federal para atendimento. Somente em 2014, 298 pessoas de 10 a 19 anos sofreram violência sexual e 156, com idade entre 20 e 39 anos, passaram pelo problema. Ano passado, em 11 meses, 571 estupros foram registrados nas delegacias da capital.
Os números são altos e poderiam ser maiores. Especialistas afirmam que somente 35% dos casos de estupro, por exemplo, são notificados. A vergonha e a dificuldade em denunciar, muitas vezes, inibem as mulheres. No entanto, no DF, existe uma rede especializada de atenção às vítimas de violência sexual. Ela começa nas emergências dos hospitais e na Delegacia da Mulher.
Existem hoje 19 programas voltados para as vítimas de violência sexual, um para o aborto legal e outro para atendimento aos agressores. Psicólogos, assistentes sociais e profissionais de diversas áreas fazem o atendimento. O DF é uma das duas Unidades da Federação que têm, por exemplo a Casa da Mulher Brasileira. Inaugurada em junho de 2015, em seis meses, o profissionais do local já atenderam 400 mulheres vítimas de violência sexual ou doméstica.
Um dos pilares do programa Mulher, Viver sem Violência, coordenado pela Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, integra serviços de atendimento à vítima como apoio psicossocial; delegacia; Juizado; Ministério Público, Defensoria Pública; e outros. No DF, atualmente, são quatro psicólogos e sete assistentes sociais para fazer o atendimento das mulheres. O trabalho da casa, localizada na Asa Norte, é realizado de 8h às 20h, de segunda a segunda.
A coordenadora da Casa Mulher Brasileira, Arlene Santos, afirma que no DF existe uma rede capilarizada de atendimento. A mulher pode ir livremente ou ser encaminhada aos serviços. Para quem precisa de uma instrução em um primeiro momento, o conselho é ligar para o 180. “Nosso serviço é para evitar que as mulheres caminhem tanto. É uma resposta do governo para situações truculentas. São mecanismos de apoio”, afirmou Arlete.
De acordo com a subsecretária de política para as mulheres da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Silvânia Matilde, a jovem de 24 anos que acusou um segurança de estupro em uma festa de réveillon passou por todas as medidas providenciadas pela Deam e, a qualquer momento, pode solicitar o serviço de acompanhamento psicológico para ela e para a família. “Vamos dar o suporte no que for necessário para ela. Ela procurou a Deam, que foi a porta de entrada. A denúncia dela é muito importante para que o Estado se torne também responsável em ajudá-la”, afirmou