Bandas foram contratadas para eventos em novembro e dezembro. Indicação foi da deputada Luzia de Paula, que nega irregularidades.
O governo do Distrito Federal determinou nesta quinta-feira (11) a investigação de contratos de shows realizados em Ceilândia entre novembro e dezembro de 2015 por suspeita de superfaturamento. O custo das apresentações soma R$ 1 milhão pagos com dinheiro público pela administração da região e foram indicados pela deputada Luzia de Paula (Rede). A investigação vai ser realizada pela controladoria do GDF.
Segundo o governo, o órgão vai analisar documentos e ouvir pessoas envolvidas com os eventos. O trabalho deve ser realizado em até 30 dias a partir da determinação do governo. A deputada Luzia de Paula (Rede) nega irregularidades, afirma que queria “incentivar os artistas locais” e que também destinou verbas para obras. Ela diz que a área de cultura é uma das mais carentes do DF e que tenta priorizar artistas locais.
Um processo administrativo vai ser aberto caso o órgão encontre irregularidades na contratação das bandas que se apresentaram. Os shows das bandas Cairo e Léo, The Fingers, Júlio César e Chikita Bakana duraram apenas uma hora cada e custaram, em média, R$ 30 mil aos cofres públicos.
A TV Globo entrou em contato com a Chikita Bakana e descobriu que o valores médios de uma apresentação de três horas dp grupo chega a R$ 8 mil. A banda afirmou à reportagem que o cachê cobrado do GDF foi acima do valor de mercado porque o show “tinha mais integrantes da banda do que o normal”.
O chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, diz que a Secretaria de Cultura vai aperfeiçoar a forma de contratação de artistas para não pagar cachês superfaturados. “Isso já era objeto de preocupação da secretaria, que já vinha trabalhando no sentido de refazer todo esse processo de estabelecer uma outra formatação, uma outra forma de fazer esse credenciamento e que agora eles vão realmente dar prioridade a isso para que isso saia dentro do menor espaço de tempo possível.”
Obra em creche
As emendas “culturais” não foram as únicas de Luzia de Paula a causar polêmica no ano passado. A deputada também destinou R$ 98,8 mil para construir um estacionamento na frente do Centro Salesiano do Menor, na QNN 31.
A obra foi estendida até a fachada de uma creche, no lote vizinho, que foi fundada por Luzia e é administrada por uma de suas filhas. Em nota, Luzia diz que o calçamento da área é “um pedido antigo da comunidade”.