Protesto contra o governo Dilma e o PT foi o maior já realizado em Brasília. Manifestantes fizeram marcha entre o Museu da República e o Congresso.
Integrantes de movimentos pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff ocuparam na manhã deste domingo (13) a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para uma marcha entre o Museu da República e o Congresso Nacional. Antes do início da caminhada, os manifestantes rezaram em frente à Catedral de Brasília. Seis carros de som acompanharam a marcha.
A Polícia Militar estimou em 100 mil o número de participantes na manifestação, o que faz do ato o maior já realizado em Brasília em protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT. Para os organizadores, havia 200 mil.
A previsão anterior da PM era de que havia 50 mil pessoas na Esplanada, mas o número foi revisto depois que os manifestantes se juntaram para a marcha.
A PM destacou mais de 2 mil policiais para atuar na segurança. Todos os manifestantes que saíam com mochilas ou bolsas da estação Central do Metrô, a cerca de 500 metros do local de concentração do ato, eram revistados. De acordo com a corporação, não foi registrado nenhum incidente grave durante a manifestação.
Além das críticas à presidente Dilma, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a condenados no mensalão e no escândalo de desvios na Petrobras, aos presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os manifestantes faziam referências de apoio ao juiz Sério Moro, que está à frente da operação Lava Jato.
O ato foi convocado pela web e se repete em cidades de todos os estados e no DF. Em Brasília, uma manifestação a favor da presidente chegou a ser marcada, mas foi oficialmente suspensa depois de o PT ser notificado pelo governo por não ter feito o aviso previamente.
Por causa do protesto, o acesso à Esplanada dos Ministérios foi bloqueado desde a meia-noite. O trânsito ficou fechado nos dois sentidos desde a alça oeste da Rodoviária do Plano Piloto até o balão próximo ao quartel do Corpo dos Bombeiros, chegando à L4 Sul. Também houve interdição dos eixos Norte e Sul – e a suspensão do Eixão do Lazer. A alternativa para motoristas é circular pelas vias que ficam atrás dos ministérios.
Policiais militares usaram detectores de metais nos acessos à Esplanada e em trecho do trajeto da marcha para verificar se os manifestantes não portavam itens proibidos. Na lista constam vidro cortantes, fogos de artifício, hastes para bandeiras e máscaras.
O servidor da Câmara Rosano Garbin levou à manifestação uma faixa em apoio à Lava Jato que, segundo ele, é uma das ferramentas que contribuem para estimular a população a se posicionar contra a corrupção. Para ele, a saída para a crise política é Temer assumir a Presidência, pois passa “mais credibilidade” ao setor privado a ao Congresso.
O casal Rafael e Socorro Pinzon foi para o ato com uma bandeira do Brasil para a plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Do lugar era possível ver toda a mobilização dos grupos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
“Queremos protestar contra a corrupção e a inflação. Está demais, não estamos aguentando”, disse o aposentado. “Corrupção se transformou em um crime banal. Todo mundo mete a mão. Acho que as classes D e C poderiam estar bem melhor se não fosse a corrupção.
A empresária Clarisse Lessa, de 75 anos, carregava uma faixa com frases contra Dilma, Lula e PT. Ela disse acreditar no impeachment como forma de “fazer o país voltar a caminhar”. “Tenho uma microempresa e, por dia, a gente recebe cinco currículos de gente desempregada, desesperada pra trabalhar. Esse país virou um absurdo”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, os atos contra Dilma foram marcados pelos movimentos “Vem Pra Rua”, “Brasil Livre”, “Brasil Futuro”, “Ocupa Brasília” e “Limpa Brasil” entre 3 de dezembro e 1º de março. O último protesto com pedido de impeachment da presidente aconteceu em 13 de dezembro.
Também marcado pela web, o movimento terminou com a queima de um caixão que simbolizava o governo petista. A mobilização durou três horas e reuniu 6 mil pessoas, de acordo com a PM, e 30 mil, segundo a organização.
* (Colaboraram Lucas Nanini, do G1 DF, e Filipe Matoso e Gustavo Garcia, do G1, em Brasília)