Justiça acata pedido depois de suposta irregularidade em eleição
Aos 19 anos, o estudante Rafael Calixto, do 4º semestre de Administração, é o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Uniceub. Representante da chapa Mova-se, que prometeu transparência, ele assumiu o cargo após a Justiça intervir no processo. A narrativa das eleições para o cobiçado cargo envolve escândalos de irregularidades, agressões e difamações.
Foi Victor Puppim Vilela, da chapa Renovação Integração Uniceub (RIU), quem recebeu o maior número de votos. Mas o título permaneceu por menos de 24 horas: os votos computados nos campus de Taguatinga foram impugnados por terem sido identificados problemas de deslocamento ilegal da urna e descumprimento do artigo 9º do regimento eleitoral, que prevê confirmação da identidade dos eleitores na folha de votação. A Justiça acatou a impugnação, o que fez com que Vilela deixasse de ter 1.141 votos e passasse para 689, enquanto Calixto cairia de 1.024 para 849.
As chaves foram entregues e o DCE abriu as portas na terça-feira. O presidente Rafael Calixto disse ao JBr. que projetos estão em elaboração: “Estamos arrumando a casa. Todo esse imbróglio atrapalha porque a gestão está começando um mês antes das férias. Quebrou o semestre, prejudicou os alunos”.
Para ele, polêmicas de gestões anteriores serviram para conscientizar os alunos. “O DCE tem obrigação de representar os alunos. Fizemos campanha de transparência e vamos cumprir isso”, avisou. A promessa é criar um site com todas as prestações de contas.
Sem cessar
“Tendo em vista que injustamente citados judicialmente, mas convictos de nossa legitimidade quanto à vitória nas eleições, apenas cessaremos de alimentar este imbróglio judicial – iniciado pela Chapa Mova-se, diga-se –,quando não couberem mais vias recursais legais à nossa disposição; afinal, apenas o primeiro grau de jurisdição se manifestou a respeito”, disse, em nota divulgada na internet, a chapa RIU, de Victor Vilela.
Eles consideram que os oponentes utilizaram “manobra judicial, documentações ilegítimas, testemunhas levianas e uma série de atos ilícitos”. A reportagem não conseguiu contato com Vilela.
O atual presidente, Rafael Calixto, minimizou a disputa: “Vamos nos preocupar em trabalhar”.
Alvo de escândalo
Vilela foi presidente da antiga e polêmica gestão do DCE. Ele perdeu o cargo depois de ser acusado de distribuição irregular de bolsas de estudo, improbidade e mau uso do dinheiro da agremiação. O estudante foi apontado como responsável de uma superprodução de uma festa de recepção a novos alunos no ano passado, com dez atrações musicais, diversos tipos de bebidas e até passeio de helicóptero, pelo custo aproximado de R$ 35 mil. À época, a agremiação informou que o valor seria destinado a cursos de línguas.
O DCE indica 50 alunos para bolsas integrais e exerce influência sobre os mais de 26 mil estudantes da instituição. Em 2014, a eleição também teve confusão. O primeiro pleito foi anulado após duas alunas terem assinaturas falsificadas.