Em cinco anos de vigor da lei seca, menos da metade dos condutores autuados por embriaguez ao volante tiveram a carteira suspensa por um ano, como determina a legislação. Dos 34.141 multados, apenas 16.337 receberam a punição, ou seja, 47,8% do total. A demora entre o flagrante e a aplicação efetiva da lei se deve, em parte, aos prazos para os recursos e também à falta de estrutura do Departamento deTrânsito (Detran) para analisar rapidamente esses processos.
A demora para aplicar a regra aguça o sentimento de impunidade e, com ele, os cidadãos se sentem livres para manter o velho hábito. Com a experiência de ter atuado por 17 anos na única vara especializada em delitos de trânsito do Distrito Federal, o hoje desembargador Gilberto Pereira de Oliveira defende punição ainda mais rigorosa para os infratores, além de uma maior fiscalização. “É preciso aumentar o efetivo policial na rua para encontrar mais bêbados. A incidência de quem bebe e dirige é alta e muitos não são vistos. Parte deles só é encontrada após se envolver em acidentes”, destaca.