O movimento popular que tem lotado as ruas do país “emparedou” os políticos. Nem governo nem oposição conseguem traduzir as insatisfações populares em projetos. Da presidente Dilma Rousseff a governadores e prefeitos de vários partidos, os protestos não poupam ninguém.
Como os atos estavam concentrados, principalmente, nas capitais, estiveram na mira um prefeito petista (São Paulo), um peemedebista (Rio de Janeiro), três do PSB (Recife, Fortaleza e Belo Horizonte), dois do PSDB (Maceió e Belém), um do DEM (Salvador), um do PDT (Porto Alegre) e um do PPS (Vitória). No âmbito dos governos estaduais, estão incluídos quatro gestores do PSDB (São Paulo, Minas Gerais, Pará e Alagoas), três governadores do PSB (Pernambuco, Espírito Santo e Ceará), três do PT (Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Bahia), e um do PMDB (Rio de Janeiro). Durante as passeatas, os participantes têm pressionado para que sejam escondidas bandeiras de siglas e camisetas de partidos.
As manifestações também isolaram as entidades de jovens ligadas diretamente aos partidos ou que representavam, no passado, a juventude na militância política. Não se veem bandeiras da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) ou da União da Juventude Socialista (UJS).
Nas mais recentes convenções partidárias — PSDB e PMDB, especialmente — os comandos partidários têm reforçado a presença dos militantes mais jovens, algo que o PT também faz, como uma tentativa de demonstrar a renovação de seus quadros. Se eles estão nas ruas neste momento, nas diversas passeatas dos últimos dias, estão à paisana. “É um movimento contra tudo e contra todos. Eles querem tudo e querem agora”, resumiu um interlocutor da presidente Dilma Rousseff.