O grafite abraça desde palavras de ordem a poesia, passando por letras de música e frases de protesto
Desde os homens das cavernas, com suas pinturas rupestres, a humanidade transforma as paredes em tela, para fazer arte ou se comunicar. Seja com uma inscrição caligrafada, seja com pinturas e símbolos, os muros e diversos tipos de superfícies e estruturas da cidade estão cada vez mais decorados por mensagens e desenhos.
Em Brasília é possível ver mensagens decorando as paredes e muros da capital. Desde frases de protesto a letras de músicas e poesias, tudo tem virado grafite. O estudante de história da arte, Sormani Vasconcelos, que já que organizou eventos e coordenou projetos com outros grafiteiros de Brasília, conta que hoje a população vê o grafite sob outra perspectiva: “Os artistas estão com mais facilidade para ir às ruas em qualquer horário do dia. O grafite deixou de ser aquela atividade das madrugadas e até a abordagem da polícia mudou”.
Mas, para Sormani, ainda há uma diferenciação na aceitação do grafite e da pixo: “A aceitação do grafite passa pela separação dele com a pichação. Em geral as pessoas veem a importância do grafite na mudança da paisagem de locais abandonados”, completa.
Da década de 1970, quando jovens nova-iorquinos começaram pichar as primeiras letras, símbolos e desenhos nas paredes da cidade, até os dias de hoje, a arte do grafite evoluiu bastante. Mas também esteve envolta de polêmicas. De um lado estavam aqueles que enxergavam o grafite como um movimento artístico e, do outro, aqueles que viam as pichações como vandalismo e poluição visual.