Se todos que confirmaram presença em uma grande rede social de fato saírem para as ruas, a Esplanada dos Ministérios será tomada por pelo menos 50 mil pessoas hoje à tarde. Esse era o número de adesões ao convite da manifestação Acorda, Brasília! na página do evento . Criado pelo casal de estudantes do ensino médio Renato Luís e Catarina Homonnai, ambos de 17 anos, o protesto se soma à agenda inaugurada pela Marcha do Vinagre. Os movimentos cobram explicações principalmente sobre os gastos com a Copa do Mundo e a falta de transparência dos investimentos públicos.
Os manifestantes devem se reunir no início da tarde no Complexo Cultural da República e sair antes das 17h pelo Eixo Monumental até chegar à Praça dos Três Poderes. Renato e Catarina não esperavam que a ideia deles — materializada em evento na noite da última segunda-feira, quando houve a ocupação do teto do Congresso Nacional — ganhasse tanta projeção. “Não queríamos que esse momento de mobilização se perdesse. Achávamos que a nossa manifestação teria mil pessoas. Não imaginava nunca que daria tanta repercussão”, conta Catarina.
Depois da fama instantânea, eles foram procurados por pessoas ligadas a partidos políticos, mas aceitaram só a colaboração do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB). “Não assumimos qualquer liderança, mesmo porque não é o objetivo. Colaboramos com apoio logístico e também ajudamos a conversar com o governo para garantir uma manifestação pacífica”, acrescentou Nicolas Powidayko, coordenador-geral do DCE. Ontem, eles tiveram uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública para definir detalhes de policiamento.
A manifestação Acorda, Brasília!, mobilizada pelas redes sociais, seguirá do Museu Nacional da República até a Praça dos Três Poderes. Os organizadores recomendam a ocupação do gramado da Esplanada dos Ministérios de forma pacífica. Para manter a segurança e evitar que prédios e monumentos públicos sejam depredados, a Polícia Militar destacou 580 militares para a ação. Outros 580, além da tropa de choque e da cavalaria, ficarão de sobreaviso para qualquer incidente.
Segundo o coronel Zilfrank Antero, chefe do Centro de Comunicação da PM, o esquema programado pela corporação para hoje é o mesmo utilizado na última segunda-feira, quando aproximadamente 10 mil pessoas se reuniram no gramado do Congresso Nacional. Na ocasião, inúmeros manifestantes invadiram a cobertura do parlamento. Um dos vidros da Casa acabou quebrado, e duas pessoas foram levadas à delegacia. Apesar disso, nenhuma ocorrência grave foi registrada.