Cinco restaurantes comunitários encerram atividades até este sábado. Concorrentes foram selecionadas; serviço deve voltar em 1 mês, diz GDF.
Cinco restaurantes comunitários do Distrito Federal fecham nesta semana por falta de interesse das empresas em manter contrato com o governo, alegando prejuízo financeiro. A situação afeta as unidades de Samambaia, Estrutural, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas. O governo disse estimar que o serviço volte a funcionar em menos de um mês.
De acordo com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social, outras empresas estão aptas a assumir o controle dos restaurantes comunitários. No fim de 2015, foi feito um pregão para selecionar instituições para administrar as unidades, caso não as atuais não tivessem interesse em renovar os contratos, diz a pasta.
Até então, o DF contava com 13 restaurantes comunitários em funcionamento. Segundo a Secretaria de Trabalho, são servidas em média 338 mil refeições por mês – mais de 4 milhões por ano. Há restaurantes públicos também em Brazlândia, Ceilândia, Gama, Paranoá, Planaltina, Riacho Fundo, Sol Nascente e Sobradinho II.
Preço
Em maio, o governo decidiu abaixar o preço dos restaurantes comunitários, oito meses após aumentar o preço da refeição. Os valores caíram de R$ 3 para R$ 2. Quem ganha menos de meio salário mínimo – hoje em R$ 880 – ou tiver renda familiar de até três salários mínimos pode pagar R$ 1.
Em setembro do ano passado, o governador Rodrigo Rollemberg anunciou uma série de medidas para tentar contornar a crise financeira vivida pelo DF. O pacote incluía suspensão de reajustes salariais e aumento das tarifas de ônibus e metrô.
Na ocasião, o GDF também anunciou que o preço da refeição passaria de R$ 1 para R$ 3, a partir de 1º de outubro de 2015. Até então, o valor nunca tinha sido reajustado desde a inauguração do primeiro restaurante, em 2001.
Segundo o GDF, o motivo da mudança é a queda no número de pessoas atendidas. Rollemberg afirmou que o público nos restaurantes comunitários do DF caiu 47% após o reajuste – passando de 32 mil pessoas por dia para 17 mil.
A queda da demanda fez empresas desistirem de contratos, como o caso da que venceu uma licitação para o restaurante de Itapoã– que até a publicação desta reportagem seguia fechado à espera de uma licitação para ser reformado. Como solução, outras empresas tentaram negociar com o GDF para aumentar o valor do subsídio, disse o governador.
Pelos cálculos do governo, caso fosse feita uma “repactuação”, o GDF gastaria R$ 21,2 milhões para atender as empresas, que estando lucrando menos com o cenário atual. Com a redução das tarifas, o montante subiria para R$ 22,3 milhões.
“Nós entendemos que o custo-benefício beneficiaria bastante a população, especialmente a população mais pobre”, afirmou Rollemberg. “Com uma diferença de R$ 1,1 milhão, é possível incorporar 10 mil pessoas e reduzir o preço para todo mundo. Especialmente em um momento de grave crise econômica.”
Justificativa
O governador Rodrigo Rollemberg negou que aumentar o preço da tarifa dos restaurantes comunitários em setembro de 2015 fosse uma medida desacertada. Ele declarou que o governo “não imaginava que a crise econômica fosse se aprofundar tanto e que caísse tanto o número de usuários”.
“Na época, não foi uma decisão errada. Mas no governo, a gente tem que ajustar as coisas permanentemente. Quem imaginava que o Brasil ia ter uma recessão de 3,2% no ano passado? Temos que nos adaptar à realidade. Temos que ser dinâmicos.”
Além do aumento do preço da refeição nos restaurantes públicos, também houvereajuste no valor do ingresso do Zoológicode Brasília. Junto com o anúncio das medidas de “ajuste fiscal”, o preço subiu de R$ 2 para R$ 10. Com isso, o movimento no zoo caiu 30% logo no primeiro mês após a mudança.
Mesmo com a redução no público no zoológico, não há previsão para o GDF rever o valor do ingresso, disse Rollemberg. “Estão sendo feitas muitas promoções, com o preço caindo para R$ 5. Não há nenhuma modificação em vista.”