Escolha de sucessor de Liliane Roriz deve acontecer às 15h desta segunda. Deputada decidiu deixar posto após denunciar suposto esquema de propina.
A Câmara Legislativa deve eleger na tarde desta segunda-feira (22) o novo vice-presidente da Casa. O posto está vácuo desde que Liliane Roriz (PTB) renunciou ao cargo na última quarta-feira (17). A previsão é de que o sucessor de Liliane seja escolhido às 15h. Até as 9h41, apenas o deputado Juarezão (PSB, mesmo partido do governador Rodrigo Rollemberg) demonstrou ter interesse em concorrer à vaga.
Oficialmente, a filha do ex-governador Joaquim Roriz disse que saiu por “motivo de foro íntimo”. Nos bastidores, a renúncia é atribuída ao vazamento de conversas gravadas por Liliane em que colocam a presidente da Câmara, Celina Leão (PPS), sob suspeita de articular um esquema de pagamento de propina em contratos de UTI.
Nos áudios feitos pela deputada Liliane Roriz (PTB) e revelados na quarta, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, o repasse acabou beneficiando deputados.
Em entrevista a emissora TV Globo Liliane detalhou parte do suposto “acordo”. Segundo ela, a negociação tratava de uma “sobra orçamentária” de R$ 30 milhões, destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde.
No começo de dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs. Pela denúncia, o esquema envolveria repasse aos deputados de 7% sobre o valor das emendas.
Celina negou irregularidades e disse que Liliane mentiu porque sente “inveja” dela. Ela também adiantou que vai encaminhar documentos ao Ministério Público para provar que não agiu de forma ilegal na destinação de recursos de emendas parlamentares.
“A acusação é falha porque a emenda é da deputada. A emenda é dela, da vice-presidente. Ela que propôs. Se existe ilegalidade, ela que remoque responder”, afirmou Celina. Segundo ela, o termo “projeto” se refere ao texto da emenda.
Liliane seria julgada pelo Tribunal de Justiça na mesa quarta em um processo que poderia cassar a possibilidade de ela se reeleger. A audiência foi adiada por falta de quórum. “No dia do julgamento, ela tenta criar esse circo, colocando suspeição sobre os deputados. Se ela tinha percepcao de ilegalidade, por que ela propôs isso? Todo o trâmite tem que ser respondido por ela.”