Após a megamanifestação de ontem em várias cidades do Brasil, a próxima meta do movimento de protestos é convocar uma greve geral nacional para o dia 1° de julho. A propaganda convocando para a greve geral ainda era discreta nas redes sociais, mas deve ganhar força a partir de hoje. Na última segunda-feira, as principais centrais sindicais do país – CUT, Força Sindical, CTB e Nova Central – emitiram uma nota de amplo apoio às manifestações populares, sinalizando que vão aderir à greve geral – que, em princípio, será de apenas um dia. No documento, as centrais defendem que os protestos populares são “legítimos e democráticos” e repudiam a violência policial nas manifestações.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) já deixou claro que participará do movimento. Hoje, o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical) se junta a trabalhadores de várias metalúrgicas da Capital, em solidariedade ao movimento “Passe Livre”. A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Região também decidiu participar de atos no ABC paulista.
Além de concordar com as reivindicações dos manifestantes, os sindicatos tentam encaixar suas demandas, como o fim do Fator Previdenciário e a defesa da jornada de 40 horas. Também querem atrair jovens ao movimento sindical, que, segundo eles, anda “envelhecido”. Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), Paulo Cayres já declarou apoio à mobilização, mas fez ressalvas à falta de organização do movimento das ruas, que emergiu de forma difusa pela falta de uma liderança efetiva.
Em Maceió (AL), estimulada pelos movimentos de redução das passagens em todo o Brasil, a Força Sindical, juntamente com Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e a Associação dos Usuários de Transporte Público de Alagoas, formou um Comitê Municipal para discutir ações de melhoria no transporte público da capital alagoana. Eles enviaram um ofício para o Procon de Alagoas com o intuito de cobrar do órgão providências a respeito da transparência do processo licitatório das empresas, além do cumprimento de horários, segurança, fim das superlotações e veículos velhos na frota.
No Facebook, a página que convoca para a greve geral já tinha ontem cerca de 4 milhões de convocados. As reivindicações são muitas: fim da roubalheira; auditoria no caixa do governo; punição para os corruptos; melhorias no transporte público, na saúde e na educação; salário maior para lixeiros, professores, médicos, enfermeiros, bombeiros e policiais; e redução salarial dos cargos políticos.