Paralisação fechou quase metade das agências, segundo a Contraf. Trabalhadores se reúnem com a Fenaban nesta tarde.
De acordo com balanço do comando dos grevistas, 11.531 agências e 48 centros administrativos tiveram as atividades paralisadas nesta segunda-feira (12). Segundo o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas.
Na sexta-feira (9), os bancários decidiram manter a greve iniciada no dia 6, rejeitando a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 7%.
A Fenaban não tem divulgado balanços diários de agências fechadas, mas informa que a população tem à sua disposição uma série de canais alternativos para realizar transações financeiras.
Veja a situação da paralisação por estados:
Alagoas
Segundo o Sindicato dos Bancários, em Maceió, todas as 88 agências estão fechadas. O sindicato não soube precisar o número exato de agências que estão sem funcionar no interior, mas garante que das 155 agências, 80% aderiram à greve.
Ceará
A greve dos bancários no Ceará registra adesão de 327 das 560 agências no estado, segundo levantamento do Sindicato dos Bancários. Esse número representa 58% do total. Das agências afetadas, 165 estão na capital cearense e 162 estão no interior. Os bancários iniciaram greve no Ceará por tempo indeterminado, acompanhando a paralisação nacional da categoria.
Espírito Santo
A greve dos bancários do Espírito Santo chegou ao 8º dia nesta terça-feira (13) e a última informação do Sindicato dos Bancários do estado (Sindibancários-ES) é de que 326 agências estão fechadas. O número representa 65% do total.
Goiás
A população reclama de transtornos em Goiás. Segundo presidente do Sindicato dos Bancários do Estado de Goiás, Sérgio Luiz da Costa, a adesão das agências bancárias da rede privada chega a mais de 75% no estado. “Desde o início da paralisação o movimento ganhou força e ainda continua nesse sentido. Já em bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal, por exemplo, a adesão é de quase 100%”, garantiu.
Maranhão
Uma semana após o início da greve nacional dos bancários, a população já sente as dificuldades da paralisação dos serviços nas agências bancárias de São Luís. A categoria, que paralisou as atividades desde a última terça-feira (6), reclama reajuste nos salários e maior participação nos lucros das instituições.
Mato Grosso
A greve dos bancários fechou as portas de 219 agências bancárias em 84 municípios do estado, segundo o Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT). O atendimento ao público está suspenso há exatamente uma semana.
Minas Gerais
A greve dos bancários, que já atinge 62 agências em 36 municípios do Norte de Minas Gerais, segundo o levantamento feito pelo sindicato da categoria nessa terça-feira (13), impactou diretamente no número de atendimentos feitos em casas lotéricas e Correios. Sem a possibilidade de atendimento nas agências, os clientes procuram por esses estabelecimentos para realizar operações financeiras.
A paralisação nos bancos atinge 64,12% das cidades atendidas pelos sindicatos regionais no Sul de Minas nesta terça-feira (13). Segundo dados das bases sindicais de Poços de Caldas (MG), Pouso Alegre (MG) e Varginha (MG), 84 dos 131 municípios estão com funcionários de agências públicas e privadas em greve.
Paraná
A greve dos bancários no Paraná, que começou no dia 6 setembro, completa uma semana nesta terça-feira (13). A paralisação não prejudicou o atendimento nos caixas eletrônicos das agências bancárias, mas aumentou o atendimento nas casas lotéricas em até 40%, segundo o Sindicato dos Empresários Lotéricos do Paraná (Sinlopar). Com isso, as filas são inevitáveis.
Pernambuco
A greve dos bancários já paralisou 90% das agências de Pernambuco, segundo o sindicato da categoria. Além de reajuste salarial de 14,78%, os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho. Desde o início do movimento, foram feitas duas as propostas de reajuste salarial pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas ambas foram rejeitadas pela categoria.
Rio de Janeiro
O sindicato informa que até sexta-feira (9), 323 agências estavam paradas, no Rio, e seis prédios administrativos estavam com atividades suspensas. Do início da paralisação até sexta tinha sido registrado um aumento de 15% de adesão em todo o país.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, o balanço indica que 862 agências foram fechadas, conforme o Sindicato dos Bancários (SindiBancários). A negociação em São Paulo é acompanhada pelo secretário-geral do SindiBancários do Rio Grande do Sul, Luciano Fetzner, que afirma que a mobilização deve continuar “até que os banqueiros ofereçam uma proposta decente”, disse em comunicado divulgado pela categoria.
Roraima
A greve dos bancários atinge 44 agências fechadas em Roraima, o equivalente a mais de 95% do total de bancos no estado, segundo informações do Sindicato dos Bancários. Usuários lotam casas lotéricas como alternativa para o serviço. A paralisação, aderida no dia 8, atinge bancos públicos e privados em todos os 15 municípios do estado.
Santa Catarina
Das 150 agências da Grande Florianópolis, 104 estão fechadas, o que tem aumentado as filas diante de caixas eletrônicos e lotéricas. De acordo com o secretário de comunicação do sindicato em Florianópolis, Luiz Toniolo, os grevistas têm percorrido agências para conversar com clientes e comunicar reivindicações, além de orientar sobre unidades bancárias em funcionamento.
São Paulo
No Vale do Paraíba e região bragantina, a greve dos bancários afeta o funcionamento de 376 agências. Segundo o sindicato, até esta segunda-feira (12) a adesão era de 100% na regional de Taubaté, que conta com 86 agências e 1,2 mil bancários. Já em São José dos Campos, as 184 agências aderiram ao movimento; na regional de Bragança Paulista 53 das 54 agências suspenderam as atividades. Já na regional de Guaratinguetá, 53 das 61 agências estão fechadas e 654 bancários suspenderam as atividades.
Moradores do noroeste paulista têm sofrido com os reflexos da greve. Em Pereira Barreto (SP), 60% das agências estão fechadas. Já em Andradina (SP) a adesão à greve foi de 100%. Em Ilha Solteira (SP), 89% das agências estão sem funcionar. Das 120 agências bancárias na região de Araçatuba (SP), 85 estão em greve e dos 1,2 mil funcionários, 950 estão parados.
Em São José do Rio Preto (SP) e região, das 150 agências, 109 aderiam à paralisação. Uma média de três mil funcionários estão parados. Apenas os caixas eletrônicos funcionam
Sergipe
Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários em Sergipe, Ivânia Pereira, a paralisação cresce no Estado e atinge 174 agências. “Todas as agências bancárias aderiram à greve. Avaliamos o movimento como positivo”, afirma Ivânia.
Tocantins
No Tocantins, 137 agências bancárias foram fechadas em todo o estado. Este número representa 86,7% do total de agências, que é de 158. Os profissionais cobram reajuste salarial de 14,78%, melhores condições de trabalho, mais saúde e segurança.
Veja como pagar contas durante a greve dos bancários.
“Tivemos hoje a adesão dos financiários à greve e, em alguns estados, dos cooperários (trabalhadores em Cooperativas de Crédito)”, destacou Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT.
Reivindicações
A categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban – de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.
Os sindicatos alegam que a oferta não cobre a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
A Fenaban disse em nota que “o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, de inflação alta para uma inflação mais baixa”.
Atendimento
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.
Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.