Serviço pré-pago pode sair 28% mais caro do que o cobrado atualmente.
Táxi executivo só pode ser sedã, diz norma; preço pode ser até o dobro.
A Secretaria de Mobilidade publicou nesta sexta-feira (30) as regras que autorizam táxis pré-pagos e executivos no Distrito Federal. Pelas regras, o cliente que quiser pagar o serviço antecipadamente deve se preparar para desembolsar até 28% a mais do que a tarifa atual. Aquele que quiser usar o serviço executivo pode pagar até o dobro da bandeira 1 (o valor inicial da corrida é R$ 5,24, e a bandeira 1 custa R$ 2,85 por quilômetro).
Qualquer motorista de táxi que já tem permissão para trabalhar no DF pode optar pelo serviço executivo. Atualmente, há cerca de 30 carros fazendo o serviço pela empresa Saffer. No entanto, os motoristas não precisam estar associados à empresas para prestarem o serviço. Eles precisam somente atender às exigências e pedir uma autorização à Subsecretaria de Serviços.
De acordo com o GDF, a portaria publicada nesta sexta definiu o teto de gastos, mas o motorista pode dar descontos ao cliente, da forma que lhe convier. Essa nova modalidade de táxis é para atender a demanda de turistas de negócios, autoridades e pessoas que preferem um serviço mais discreto.
Os táxis pré-pago serão ofertados por meio de aplicativo ou software de geolocalização, já que os preços serão por trecho percorrido. É escolha do cliente optar pelo serviço pré-pago. Qualquer taxista pode oferecê-lo. Não há limite de motoristas que podem optar pelo serviço. Assim como o executivo, será necessária a montagem de guichês e totens nos locais de grande fluxo de pessoas. Os pagamentos serão previamente feitos via cartão de crédito ou débito.
Sistema pré-pago
De acordo com as normas, o táxi pré-pago funciona por meio de guichês onde o passageiro recebe informações sobre a quilometragem exata da corrida. A taxa de até 28% sobre a corrida é para custear o serviço – incluindo o gasto com o sistema de cartão de crédito e com funcionários.
Segundo o secretário Fábio Damasceno, o serviço vai atender principalmente quem não conhece a cidade – e não sabe quanto custaria uma corrida pelo taxímetro – ou só tem como pagar no cartão. “Por enquanto, a previsão é de que haja guichês no aeroporto, setor hoteleiro, rovodiária interestadual, shoppings ou qualquer lugar com grande aglomeração onde possa haver demanda.”
As regras para a nova modalidade atendem a uma lei de 2014 que já previam o sistema. Sobre a demora para a regulamentação, Damasceno afirma que as condições mudaram. “A gente tem hoje uma nova realidade, com Uber e outros serviços do tipo. Avaliamos que era muito importante fazer o lançamento de um novo serviço.
Táxi executivo
A sanção da Lei do Uber permitiu a criação de um serviço de táxis de “primeira classe” no DF, informou a secretaria. Pelas regras, só poderão fornecer o serviço carros sedãs, com banco de couro. Os veículos não terão mais as faixas laterais que servem como “uniforme” para a frota atual.
Mesmo cobrando até o dobro da tarifa atual, o valor da corrida não poderá variar de acordo com o horário ou dia de prestação do serviço. Hoje, nos meses de dezembro, à noite e aos fins de semana, táxis cobram bandeira 2, mais cara (o valor inicial da corrida é R$ 5,24, e a bandeira 2 custa R$ 3,66 por quilômetro).
De acordo com o secretário de Mobilidade, as empresas que se quiserem participar dos serviços terão liberdade na hora de instaurar a tarifa. “Essa taxa é o valor máximo. É opcional. Se quiser dar desconto, pode dar”, afirmou. Segundo ele, a autonomia é uma forma que as empresas têm de fazer frente a companhias que prestam serviço alternativo, como o Uber.
A frota de táxi que circula no DF permanece do mesmo tamanho desde 1979. São 3,4 mil permissões, número que representa pouco mais da metade dos 6 mil Ubers rodando na capital. Além da oferta maior, os preços mais baixos do Uber causaram impacto no transporte individual privado. Existem 5,7 mil taxistas cadastrados no DF.