Paralisação desta quinta-feira afetou cerca de 70 mil passageiros. Grupo pede pagamento de salários e benefícios atrasados desde julho.
Metade dos 800 rodoviários da cooperativa de transporte público Cootarde cruzaram os braços nesta quinta-feira (22) no terminal do Setor O, em Ceilândia, no Distrito Federal. Os funcionários alegam ter salários e tíquete-alimentação atrasados. A paralisação afeta cerca de 70 mil passageiros. Os funcionários da cooperativa em Brazlândia, Gama e Santa Maria trabalham normalmente nesta quinta-feira.
Segundo o sindicato, 38 veículos ficaram na garagem da empresa e outros 62 circulavam normalmente. A direção da cooperativa informou que são cerca de 90 ônibus parados. A cooperativa tem 800 funcionários e 150 micro-ônibus.
A Cootarde diz que os pagamentos de julho e agosto foram realizados parcialmente, e os de setembro ainda não foram depositados. O vale transporte de outubro também não foi pago, segundo a categoria. Os salários dos motoristas e cobradores são, respectivamente, R$ 1,5 mil e R$ 1,04 mil. O tíquete e a cesta básica paga aos funcionários são de R$ 513 e R$ 242.
O diretor do sindicato dos rodoviários, Aldemir Figueiredo, diz que uma reunião foi marcada com a presidente da Cootarde, Marlene Chagas, para tentar resolver a situação. Marlene diz que os pagamentos serão feitos após o governo empenhar o valor devido.
“Recentemente, o GDF alegou que o repasse era suficiente para pagar os funcionários, mas não é. Desde julho não recebemos os valores referentes à isenção dos estudantes, por exemplo. Se esse valor for empenhado hoje, eu só recebo à meia-noite, e os funcionários só recebem amanhã.”
Segundo Marlene, a cooperativa também sofre com a concorrência com o transporte pirata. Em Ceilândia, de acordo com ela, 33 vans e 2 micro-ônibus piratas trabalham nos arredores do terminal com valores inferiores ao da passagem cobrada pela Cootarde. No local, operam 16 micro-ônibus da cooperativa.