A noite de hoje será de observação de um fenômeno não registrado há 68 anos.
O evento é resultado da coincidência entre a fase cheia do satélite e o ponto da sua órbita mais próximo da Terra, conhecido como perigeu. Hoje, ela estará a apenas 356.509 quilômetros da Terra, sendo que a distância média é de 384.400 quilômetros. Na Superlua do mês passado, a distância foi de 364.687 quilômetros. “É preciso voltar a 26 de janeiro de 1948 para ter uma Superlua cuja distância em relação à Terra seja menor do que essa”, informou, em nota, a agência espacial americana, a Nasa. Ou esperar mais 18 anos: até 25 de novembro de 2034.
A Lua atingirá esse ponto às 21h22 e estará cheia às 23h52, mas o fenômeno poderá ser observado normalmente durante toda a noite. “Se for observada ao nascer, o efeito da Superlua será dobrado devido a um fenômeno conhecido como ilusão lunar”, diz Deschamps. Trata-se de uma ilusão de ótica que acontece porque fica mais fácil comparar o tamanho do satélite com outros objetos, como árvores e prédios. Além de maior, a Lua geralmente apresenta tons amarelos ou alaranjados ao nascer devido à presença de partículas suspensas na atmosfera, como poeira, fumaça e até mesmo as cinzas lançadas por vulcões.
Segundo a Nasa, uma Superlua pode ser até 14% maior e 30% mais luminosa que uma Lua cheia no seu apogeu, quando está distante da sua órbita. “Algumas Superluas são mais super do que outras”, explica Descamps. Desta vez, como o sistema Terra/Lua se aproxima da época do ano em que está mais perto do Sol — em 4 de janeiro —, a Lua vai receber mais luz solar que o habitual, o que também aumentará seu brilho aparente, explicou a Associação Astronômica Irlandesa.
Chuva
Ela nascerá às 19h38, mas a previsão para o clima não é muito animadora. O fenômeno coincide com a época das chuvas em Brasília. O Clube de Astronomia de Brasília, inclusive, não costuma realizar eventos de observação do céu nesta época do ano, justamente por conta da grande probabilidade de chuva. De fato, o Instituto Nacional de Meteorologia aponta que existe 45% de chance de chover no começo da noite, e que o dia será nublado, com umidade acima de 80%.
Desde que as condições meteorológicas sejam favoráveis, o fenômeno poderá ser observado a olho nu por qualquer pessoa, em todo o planeta. Quem utilizar binóculos ou telescópios, porém, poderá explorar a superfície lunar como nunca. Para Mark Bailey, diretor emérito do Observatório de Armagh, da Irlanda do Norte, eventos como esse têm a vantagem de incentivar a população a prestar mais atenção no céu. “Precisamos tentar fazer com que as pessoas estejam mais atentas ao seu ambiente natural”, diz o astrônomo, que lamenta que prestemos tão pouca atenção ao satélite que está todas as noites sobre nossas cabeças.
14%
maior*30%
mais brilhante*
Proporções da Superlua comparadas às da Lua cheia durante seu apogeu