Zezé di Camargo & Luciano e Victor & Leo cantam juntos em reunião de sertanejos
O sertanejo universitário, que tem como expoentes os cantores Luan Santana, Michel Teló, Gusttavo Lima, e as duplas Jorge & Mateus, Fernando & Sorocaba e Matheus & Kauan, está em voga e costuma reunir platéias expressivas para assisti-los em Brasília. Artistas do mesmo segmento — mas alinhados ao romantismo — que os antecederam, entre os quais Chitãozinho & Xororó, Bruno & Marrone, Zezé Di Camargo & Luciano e Victor e Léo, porém, conseguem manter público cativo na capital.
O evento intitulado O encontro traz à cidade, no próximo fim de semana, duas dessas duplas que têm nas canções românticas a característica marcante do trabalho que realizam. Na sexta-feira, Zezé Di Camargo & Luciano e Victor & Léo ocupam o palco do Ginásio Nilson Nelson, com shows solos. O primeiro tem início às 21h.
Nascidos na região de Pirenópolis (GO), Mirosmar José de Camargo e Welson David de Camargo vieram a formar a dupla Zezé Di Camargo & Luciano em 1990, depois de o irmão mais velho ter vivenciado outras experiências na área da música, como cantor e compositor. O primeiro disco, lançado no ano seguinte os fez conhecido nacionalmente, após o estouro da faixa É o amor. O LP obteve a impressionante vendagem de 1 milhão de cópias.
Da discografia da dupla fazem parte 26 títulos que, juntos, somaram mais de 40 milhões exemplares comercializados. Ao longo da trajetória, os irmãos conquistaram incontáveis prêmios — entre eles, discos de ouro e de platina. O destaque maior fica por conta do Grammy Latino, que receberam em duas oportunidades.
Em 2005, o filme 2 Filhos de Francisco, dirigido por Breno Silveira, levou 4 milhões de espectadores aos cinemas do país. O DVD com o longa alcançou a marca de 600 mil cópias vendidas. Já no carnaval deste ano, os cantores foram homenageados pela Imperatriz Leopoldinense, escola de samba do Rio de Janeiro, com o enredo que teve como tema É o amor, que nasce na minha cabeça e me deixa assim — Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil
Zezé diz que é difícil escolher os momentos mais marcantes da trajetória da dupla. “Tivemos o filme, que contou a história da nossa família, que levou 1 milhão de pessoas aos cinemas. Foi muito importante também a homenagem que recebemos da Imperatriz Leopoldinense, ao levar a música sertaneja pela primeira vez à Marquês de Sapucaí. Agora estamos com o projeto de um musical, que esperamos desenvolver em 2017. Enfim, são 25 anos felizes ao lado do meu irmão.”
Para Luciano, não existe uma fórmula de se manter no topo do sucesso. “Ao longo dos anos, os acertos superaram os erros, os problemas. Tem momento que a música nem é a principal peça. É um negócio que você tem que reaquecer como qualquer outro. Sempre falamos que somos operários da música. Então temos que continuar trabalhando, felizmente com aquilo que gostamos.”
Irmãos Chaves
De uma geração posterior à de Zezé Di Camargo & Luciano, os irmãos Victor e Leonardo Chaves Zapalá Pimentel são de Abre Campo (MG). Juntos na arte desde a adolescência, e tendo como referência Almir Sater, Renato Teixeira e Sérgio Reis, formaram a dupla Victor & Léo que começou a cantar na noite — inicialmente em Belo Horizonte e depois em São Paulo.
Oficialmente, a carreira teve início em 2002, com o lançamento do primeiro disco, mas eles só vieram a ser contemplados com o sucesso cinco anos depois, quando gravaram o CD Ao Vivo em Uberlândia, que trouxe canções como Fada e Vida boa — tema de abertura da novela Vida boa, da TV Globo.
Com 14 discos catalogados, Victor & Léo acumulam várias premiações, entre as quais o Prêmio da Música Brasileira (2009), Troféu Imprensa (2010); eu Grammy Latino (2013), pelo Ao vivo em Floripa, na categoria de melhor álbum de música sertaneja. Do portfólio dos dois constam ainda dois DVDs e os documentários Nada es normal e Victor & Leo — A História.
Irmãos, o trabalho mais recente da dupla, foi bem recebido pelos fãs e pela crítica. Esse é também o nome da nova turnê dos irmãos Chaves, que agora chega a Brasília. No roteiro do show, em que têm a companhia de banda com seis músicos e um belo cenário, eles cantam hits como Boa sorte pra você, Borboletas, Estrada vermelha, Fada, Na linha do tempo, 10 minutos longe de você e Vida boa; e fazem a releitura de Primeiros erros (Kiko Zambianchi) e Vamos fugir (Gilberto Gil).
Mesmo sendo considerados cantores românticos, Victor, autor da maioria das composições da dupla, observa que na carreira ele e o irmão Léo passaram por várias fases.“Há uma diversidade tão grande em nossa sonoridade que não seria fácil classificá-la Posso resumir no seguinte: Temos um pé na raiz e o outro na mistura.”
Léo diz que tem ótimas lembranças de todas as apresentações em Brasília. “Levamos aos fãs brasilienses o que melhor podemos oferecer, que é nossa energia e a música que fazemos. Buscamos arrancar sorriso e despertar emoção do público da capital que tem nos prestigiado desde os primeiros shows que fizemos aí”.