Estimativa é de que 60 mil tenham ficado sem transporte; atrasos somam R$ 40 milhões. Secretaria de Educação disse não ter sido comunicada.
Empresas que prestam serviço de transporte escolar aos alunos da rede pública do Distrito Federal decidiram voltar a paralisar as atividades a partir desta quinta-feira (1º), por tempo indeterminado, para cobrar o pagamento de repasses atrasados que somam R$ 40 milhões. A estimativa é de que até 60 mil crianças e adolescentes sejam prejudicados pela greve. Por telefone, a Secretaria de Educação disse não ter sido comunicada a respeito.
Atualmente, 11 empresas realizam as atividades. Elas empregam 1,6 mil funcionários e contam com uma frota de 700 ônibus, que levam os estudantes a mais de 600 instituições de ensino nas áreas urbana e rural. “Os custos financeiros para manutenção da operação são elevadíssimos e diários, tornando o serviço inexequível, ante a desídia da administração em cumprir com os pagamentos pelos serviços já prestados”, disse a Associação das Empresas de Transporte Escolar de Brasília.
Motoristas já haviam cruzado os braços em 31 de outubro pelo mesmo motivo. De acordo com a categoria, as dívidas existem desde 2014: são R$ 3,5 milhões referentes ao primeiro ano; R$ 2,5 milhões a 2015; e R$ 33 milhões a 2016. Na época, a Secretaria de Educação afirmou que o valor total do débito era de R$ 19,5 milhões.
No dia 8 de novembro, deputados distritais criticaram o governo e aprovaram emendas destinadas a amenizar a dívida. A Associação das Empresas de Transporte Escolar afirma que os pagamentos têm sido feitos com atraso igual ou superior a 90 dias e, muitas vezes, são quitadas apenas parte das dívidas. A entidade diz lamentar a situação.
“A continuidade da prestação dos serviços, fica condicionada à liberação de pagamentos atrasados que possam recompor o caixa das empresas para que elas consigam pagar os custos inerentes à operação, bem como elaboração de cronograma de pagamentos de exercícios anteriores ainda não quitados”, declarou.