Dupla foi levada a depor. Investigação do MP-DF e da Polícia Civil aponta que grupo usou carimbos da Secretaria de Saúde em documentos irregulares.
Um auxiliar de enfermagem e uma enfermeira da Secretaria de Saúde foram conduzidos coercitivamente nesta quinta-feira (8) suspeitos de falsificar atestados médicos e receitas de remédios no Distrito Federal. Durante a operação, batizada de Trackcare e realizada em parceria entre o Ministério Público e a Polícia Civil, também devem ser cumpridos seis mandados de busca e apreensão. A determinação partiu da Vara Criminal do Guará.
Os mandados são cumpridos no Centro de Saúde 3 do Guará II (onde trabalham) e nas casas deles, no Cruzeiro e Sudoeste. A Secretaria de Saúde não se posicionou sobre a operação até a publicação desta reportagem.
De acordo com a investigação, a dupla usava os atestados médicos falsificados para abonar faltas de servidores da pasta e se apropriava de remédios que deveriam ser distribuídos para população. Os suspeitos estariam usando carimbos de médicos da secretaria para falsificar atestados e as receitas de medicamentos. Eles foram identificados como o auxiliar de enfermagem Marcelo Mendes Cereja e a enfermeira Daniella Moaiana de Toledo. A defesa dos dois não foi localizada.
Segundo as investigações, entre janeiro e agosto de 2016, Marcelo Cereja apresentou 16 atestados médicos e teve 47 incidências duvidosas de abonamento em sua folha de ponto. Em outubro, Cereja ganhou salário líquido de R$ 5,12 mil. Já Daniella, R$ 10,2 mil.
Entre os crimes em apuração estão o de peculato (uso do cargo para enriquecimento), falsificação de documentos, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa. As investigações também apuram se dois sistemas de informática da secretaria, o Forponto e o Trackcare, foram “violados” de forma premeditada.