Um bancário de 34 anos de Brasília diz que foi agredido até desmaiar por policiais militares durante a manifestação na Esplanada dos Ministérios, na noite de quarta-feira (26). O rapaz, que não quer ser identificado por medo de represália, registrou a agressão na delegacia.
Ele diz que a agressão ocorreu após o confronto entre manifestantes e policiais, na frente do Congresso. Algumas pessoas que protestavam no local lançaram rojões na direção dos policiais, que revidaram com bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.
“Eu comecei a correr [quando lançaram as bombas]. Dois policiais me seguraram, veio um de cada lado, tacando spray de pimenta, cada um tacando spray de pimenta num olho meu”, disse o bancário. Ele afirma que os policiais também jogaram o spray dentro de sua boca e o agrediram com socos, chutes e cacetadas.
“Caí no chão desmaiado e, acordei, estava cercado de bombeiros em outro lugar”, relatou. O rapaz foi levado para o hospital e fotografou os hematomas, que ele diz serem resultado das agressões.
Desde que as manifestações começaram, a PM do Distrito Federal abriu quatro processos para apurar suspeita de comportamento inadequado de policiais. O corregedor-adjunto da PM do DF, tenente-coronel Eduardo de Lima e Silva, disse que o caso relatado pelo bancário vai ser investigado. Ele admitiu que pode haver excesso de policiais em situações como a de quarta.
“Não é possível fazer nenhum juízo de valor, muito menos um julgamento a priori. É preciso que ele [bancário] compareça, que imagens, se existirem, cheguem às nossas mãos, para iniciarmos os procedimentos e chegarmos a uma conclusão”, disse Silva.