A moradora de Planaltina, que produz um volume de leite alto, conta que conseguiu encher todos os potes durante os 15 dias fora de casa
Uma viagem para visitar os familiares na Bahia não impediu que a doadora de leite materno de Planaltina, Valdenice de Oliveira Pereira, 33 anos, continuasse coletando o alimento para abastecer os estoques dos Bancos de Leite do Distrito Federal. Entre as bagagens, a mãe levou uma caixa térmica com 20 potes para garantir que o leite fosse recolhido e trazido de volta para ser distribuído aos bebês internados em hospitais do DF.
“Eu alimento meu filho que tem cinco meses de vida com meu próprio leite, mas muitas mães não conseguem alimentar seus bebês e precisam de ajuda. Por isso, levei os potes e todos os dias recolhia um pouco”, disse doadora, ao lembrar que os familiares, incluindo o marido, apoiaram a ação.
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A doadora, que produz um volume de leite considerado alto, conta que conseguiu encher todos os potes durante os 15 dias fora de casa, o que rendeu aproximadamente 10 litros. Os potes congelados foram entregues assim que ela retornou. “A quantidade foi suficiente para mim e para meu bebê, que mama com muita frequência”, disse.
Valdenice já contribuía com os Bancos de Leite desde o nascimento do primeiro filho, Hugo Gabriel, que atualmente tem cinco anos. Agora, com a vinda do segundo filho, Emanuel Sebastian, ela explica que retomou o gesto.
“O leite que doamos é vida e é essencial, porque ajuda a aumentar a imunidade e aos bebês crescerem mais fortes. Além disso, quando doamos emagrecemos mais rápido”, disse.
Dados
A coordenadora dos Bancos de Leite da Secretaria de Saúde, Miriam Santos, reforça a necessidade da contribuição de novas mães. Enquanto 2015 registrou a coleta de 16.453 litros, em 2016 foram 15.893, ou seja, 560 litros a menos. O número de doadoras também caiu, ao passar de 5.836 para 5.381. Além disso, foram 9.138 receptores em 2016, enquanto no ano anterior foram 9.593.
“A doação de leite materno é uma chama de esperança para uma criança internada e para uma família. Não importa se a quantidade de leite arrecadado é menor, qualquer volume pode ajudar a salvar uma vida”, disse, ao elogiar o exemplo de Valdenice. (Com informações da Secretaria de Saúde do DF)