Grandes nomes da literatura contemporânea chegam a Brasília para falar do trabalho entre as letras e suas possibilidades
Com o objetivo de incentivar o reconhecimento e a expansão da produção local, além de promover o encontro entre apaixonados por livros e atrair novos leitores, cada vez mais encontros literários chegam à capital. Entre os clubes de livros com encontros fixos e rodas literárias promovidas entre pequenos grupos, a circulação de ideias e aprendizado aumenta. Impulsionados por esse cenário, grandes nomes da literatura contemporânea chegam a Brasília para falar do trabalho entre as letras e suas possibilidades no cenário atual.
É o caso de Fabrício Corsaletti e Antonio Prata, que ministram oficina seguida de bate-papo no Espaço Cena em fevereiro. O mesmo formato foi adotado pelo CCBB, que promove o projeto Literaturas, com sete encontros mensais que contam com a presença de João Paulo Cuenca, Antonio Prata, Carol Bensimon, Daniela Pereira de Carvalho, Juliá Fuks, Gabriel Bá e Laura Erber.
Outro espaço possível é o das oficinas de dramaturgia periódicas orientadas pelo dramaturgo James Fensterseifer. Durante as aulas, os alunos exercitam a escrita de peças teatrais e aprendem a organizar melhor os pensamentos na hora de desenvolver um texto e passar adiante suas ideias.
A curadora do Literaturas, Beatriz Gonçalves, acredita que projetos como este são de suma importância para a valorização e difusão da literatura brasileira em seus vários gêneros, colocando o escritor em contato com seu público. A ideia é propiciar um ambiente de troca de ideias e dicas entre escritores iniciantes e um jovem escritor já estabelecido na cena literária nacional. “Queríamos levar para os centros culturais os principais nomes da novíssima literatura nacional, escrita por autores que hoje têm entre 30 e 40 anos”, destaca. Entre as questões que pretendem levantar durante os debates estão: Quem são e o que pensam esses autores? Que imagem têm do Brasil e do mundo? Quais seus temas? Como constroem suas narrativas? Quais seus autores prediletos? Como se relacionam com a tradição literária brasileira? A ideia é que as participações ao longo dos encontros, tanto de escritores quanto leitores, seja o mais plural possível, contemplando diversos gêneros.
Nova geração
Figura presente entre os novos nomes da literatura nacional, Fabrício Corsaletti escreve contos, crônicas e poemas. Começou aos 15 anos, depois de ler alguns poetas modernos brasileiros na apostila da escola. “A partir daí, tudo na minha vida gira em torno do fato de eu ser escritor. Logo que comecei a escrever eu soube que isso seria o eixo central da minha vida. Todas as decisões que tomei de lá pra cá levaram isso em conta”.
Corsaletti, que escreve poemas quando sente vontade e força a mão na hora de escrever prosas, enxerga as oficinas literárias como lugares de troca de informação entre pessoas interessadas, em maior ou em menor grau, em literatura. Além disso, cria-se, entre os participantes, a possibilidade de perceber que há muitos livros bons esperando para ser lidos. “Dou muitas dicas de leitura e comento os textos dos alunos. Aponto o que, do meu ponto de vista muito pessoal, funciona ou não”. A ideia é criar um espaço no qual escritores possam conhecer novos estilos e gêneros, aprimorar a técnica e ampliar seu universo pessoal de leituras.
Projeto Literaturas
No CCBB, até 24 de julho. Os encontros acontecem mensalmente no CCBB (SCES Tr. 2). A entrada é franca e, para as oficinas, a classificação indicativa é 16 anos.