Em meio a hotéis e próximo à Esplanada, Posto da Torre abrigava casa de câmbio usada para lavar dinheiro, segundo MP. Dono foi preso em 2014; não houve feridos no incêndio.
Um princípio de incêndio atingiu nesta terça-feira (14) a loja de conveniência do posto de combustíveis, em Brasília, que deu nome à operação Lava Jato. O Posto da Torre, no Setor Comercial Sul, hospedava a casa de câmbio que, segundo as investigações, era usada para lavar dinheiro desviado da Petrobras. O caso foi controlado, e não deixou feridos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas atingiram a parte superior da loja de conveniência por volta das 13h, e não chegaram a se aproximar dos tanques de combustíveis. Até a publicação desta reportagem, as causas do acidente ainda eram desconhecidas. Uma perícia deve indicar o motivo do fogo, mas o laudo só sai em 30 dias.
Operação Lava Jato
O Posto da Torre é considerado o ponto de partida da operação Lava Jato, que começou investigando a atuação de doleiros supostamente ligados ao ex-deputado federal José Janene. Ao longo de três anos, as investigações encontraram indícios de um grande esquema de corrupção instalado na Petrobras, ligado a empreiteiras, políticos de diversos partidos e braços no exterior.
Nesta terça, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos citados nas delações de 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht e da petroquímica Braskem (empresa do grupo Odebrecht). Os nomes não foram divulgados.
Curiosamente, o posto que deu nome à operação não oferece serviços de lava jato, mas hospeda uma lavanderia de roupas – segundo a investigação, um dos negócios de fachada usados para lavar dinheiro. A localização geográfica do estabelecimento, a poucos quilômetros da Esplanada dos Ministérios e cercado de hotéis de grande porte, também favorecia o esquema, de acordo com a PF.