O presidente do Egito, Mohamed Morsi, rejeitou nesta terça-feira (2) o ultimato dado pelas forças armadas e disse que vai manter seu “plano nacional de reconciliação”, em meio à crise política que agita o país.
Frisando que Morsi não foi consultado antes do anúncio dos militares, a presidência disse que “parece que alguns de seus itens têm significados que podem causar confusão no complexo ambiente nacional”.
“A presidência confirma que está indo adiante no caminho que planejava antes para conseguir uma reconciliação nacional ampla… em resposta às aspirações do grande povo egípcios e apesar de quaisquer comunicados que aprofundem divisões entre os cidadãos”, diz o texto.
Mais cedo, as Forças Armadas negaram que seu ultimado signifique que exista intenção de dar um golpe militar.
Negando quaisquer ambições políticas, os militares disseram que estavam apenas respondendo ao “pulso das ruas egípcias” ao dar um ultimato aos líderes políticos para que se unam e busquem um consenso, após protestos em massa contra o presidente islamita Morsi no domingo.
Pelo menos 16 pessoas morreram nos confrontos entre simpatizantes e adversários do presidente Morsi no Cairo, segundo o ministério da Saúde.
Mohamed Kamel Amr, ministro egípcio de Relações Exteriores, entregou sua renúncia nesta terça-feira (2), informou a agência estatal de notícias Mena.
Ele somou-se a pelo menos outros cinco ministros que renunciaram desde então.
Os Estados Unidos acompanham de perto a crescente crise política no Egito, promovendo contatos entre ambas as partes para por fim à violência, disse nesta segunda-feira um alto funcionário do Departamento de Estado, em Washington.
“Pedimos a ambas as partes que garantam que o processo democrático e a construção de instituições democráticas no Egito possam continuar”, declarou o porta-voz Patrick Ventrell.
“Queremos ver um Egito não violento. Trágica e lamentavelmente, houve certa violência. Somos contra a violência”, frisou.
O governo dos Estados Unidos está “acompanhando de perto a situação no Egito”, afirmou Ventrell, acrescentando que funcionários de alto escalão em Washington “estão em contato com as duas partes, incluindo as forças armadas”.