Brasiliense foi responsável pelas 2 estações de monitoramento que permitiram observação. Instituto internacional confirmou registro do fenômeno na segunda.
Pela primeira vez, um grupo de brasileiros entusiastas em astronomia descobriu uma chuva de meteóros que passou pela Terra. O registro aconteceu na segunda-feira (20), após o Meteor Data Center – órgão ligado à União Astronômica Internacional – confirmar os cálculos feitos pelo grupo.
Em 2014, a Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) foi criada para conectar os pesquisadores estelares que moram no país e interligar os sistemas de monitoramento que cada um possui. Após três anos, já com 82 estações de acompanhamento espalhadas em 19 estados, eles decidiram analisar os dados capturados em cada local.
Foram dois meses de investigação até um pesquisador de São Paulo e outro de João Pessoa encontrarem um grupo de meteóros que surgiam no céu, na constelação de Grou.
Foi necessário fazer cálculos para confirmar a presença dos corpos celestes, até o Bramon enviar para a União Astronômica Internacional, em 9 de março, um pedido de registro da chuvas de meteóros batizadas de Epsilon Gruids e August Caelids.
O brasiliense Marcelo Domingues, responsável pelas duas estações de monitoramento utilizadas para identificar os corpos, afirmou que a descoberta é uma conquista aos brasileiros e àqueles que não têm formação na área.
“É um marco porque mostra que mesmo pessoas sem necessidades de gastar muitos recursos, que não são matemáticos, físicos, nem são especialistas da área, conseguem fazer ciência e gerar ciência de ponto dentro do seu quintal”, disse.
Chuvas de meteoro
Os meteóros são pequenas partículas de objetos espaciais que se separam do corpo celeste durante o tempo. Os cometas e os asteróides são os que mais deixam esse rastro para trás quando percorrem as rotas.
Anualmente, durante o giro atual ao redor do Sol, a Terra encontra essas partículas perdidas, que são atraídas pela gravidade terrestre e caem em forma de chuva. Neste momento, elas também podem ser chamadas de “estrelas cadentes”.
“A chuva de meteóros é basicamente quando a terra, o nosso planeta, passa pelo rastro de partículas de um objeto como um cometa, um asteróide que cruzou a nossa órbita. Então todo o ano, quando nosso planeta passa por essa chuva de detritos gera os meteóros que formam a chuva”, conta Domingues.