Corte de água nas regiões do reservatório de Santa Maria completou um mês nesta segunda. Resultado positivo não descarta racionamento mais ‘pesado’, diz companhia.
Imposto há um mês pelo governo frente à maior crise hídrica da história do Distrito Federal, o racionamento de água nas regiões atendidas pela bacia do Santa Maria permitiu a economia de “um Riacho Fundo por dia”. A informação foi dada pelo presidente da Caesb, Maurício Luduvice. De acordo com ele, o volume poupado no reservatório seria capaz de abastecer diariamente uma população de 60 mil habitantes.
Antes do corte do abastecimento, a vazão retirada da bacia de Santa Maria era de 1830 litros por segundo. Com o racionamento, esse dado caiu para 1620, segundo dados da Caesb. Apesar de classificar o resultado como “bastante positivo”, Ludovice diz que não descarta ampliar os dias de racionamento no DF.
“Já estamos nos aproximando do período de seca e nossos dois reservatórios não atingiram 50% da sua capacidade. […] Então a gente espera um apoio ainda maior da população, principalmente da zona central, que tem uma renda per capita maior, para diminuir o desperdício”, alertou.
A expectativa inicial da Agência de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) era de que os dois principais reservatórios – Descoberto e Santa Maria – atingissem 70%, pelo menos, antes do início da estiagem. Chegando ao fim de março, Luduvice considera que o cenário é “improvável”.
“Isso se dá muito por conta falta de chuvas e também pela falta de investimentos que não foram realizados nos últimos 10 anos”, diz.
Chuva fraca
Medição do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que o DF recebeu apenas 78% da chuva esperada para o primeiro trimestre de 2017, até esta segunda. Segundo a meteorologista Ingrid Peixoto, a previsão é de que o cenário de escassez se agrave.
“A expectativa para o trimestre de abril a junho é de chover até 50 milímetros abaixo da média dos últimos anos. Lembrando que o ápice da seca é meados de junho.”
Reservatório que participa do racionamento desde janeiro, a bacia do Descoberto poupa o equivalente ao consumo diário de Ceilândia. Segundo Luduvice, o corte de água nessas regiões deixou de gastar 550 litros de água por segundo – o suficiente para abastecer uma população de 360 mil habitantes.