Federação das Indústrias divulgou estudo feito com 114 empresas de micro, pequeno, médio e grande porte. Entrevistas foram realizadas entre fevereiro e março deste ano.
Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) indica que o racionamento de água prejudica 44,2% das indústrias locais, afetando a produção. Ao todo, foram entrevistadas 114 empresas de porte micro, pequenas, médias e grandes entre fevereiro e março deste ano.
A maioria, 66,7%, são micro ou pequenas empresas, com até 49 funcionários. Os três maiores setores representados na pesquisa são: a construção civil (18,6%), alimentação e bebidas (16,8%), e metal mecânica (12,4%).
“O parque fabril local utiliza menos de 1% da água consumida no DF. Mesmo assim, 61,4% dos empresários informaram utilizar a água no seu processo produtivo.”
Para 31,9% dos entrevistados, o racionamento causa prejuízo, mas a produção não precisa ser interrompida. Já para 5,3% das empresas, o processo produtivo é suspenso durante o corte na distribuição de água, mas retorna assim que o abastecimento volta ao normal.
No caso de outros 4,4%, a produção é paralisada e segundo os empresários, é retomada após longo período, mesmo depois do fim do racionamento periódico.
Por fim, 1,8% das empresas afirmaram que o prejuízo é alto porque o corte de água prejudica o material que estaria sendo produzido e em algumas situações, a produção é perdida. Em 0,9% dos casos, os proprietários informaram que não há produção no dia do racionamento.
De acordo com a Fibra, 33,6% das empresas sofreram impacto no faturamento com o corte periódico de água. Dessas, 13,2% informaram que o prejuízo supera 5% da receita, o que é considerado um percentual muito alto, segundo a federação. O racionamento afetou ainda os rendimentos de 7,9% das empresas entre 2 a 5% (alto) e de 1% a 2% (médio) para 23,7% dos entrevistados.
Entre os níveis de baixo (entre 0,5% e 1%) e muito baixo impactos (até 0,5%), estão respectivamente 42,1% e 13,2% das empresas que participaram do estudo. Segundo a pesquisa, 61,4% das empresas utiliza a água em alguma etapa do processo produtivo, mas todas precisam do recurso para a manutenção das instalações e uso dos trabalhadores.
Nos dias de racionamento, 3,5% das empresas informaram que os empregados são dispensados. A nível parcial, 9,6% dos industriais afirmaram que alguns funcionários são liberados do serviço nos dias de corte.
Segundo a Fibra, 74,6% das empresas têm caixas d’água, mas 25,4% disseram não poder contar com essa alternativa. Considerando a continuidade do racionamento, 51,8% dos participantes da pesquisa afirmaram que as empresas serão afetadas de forma mais intensa em todo o processo produtivo.
“Essa é uma preocupação de 31,6% das micro e pequenas empresas, seguidas das médias (14,9%) e grandes (1,8%). Quando maior o porte da empresa, menos dependentes elas são do abastecimento da Caesb. ”
O corte de água passou a afetar o Distrito Federal desde 16 de janeiro deste ano. A crise hídrica enfrentada pela capital federal é considerada a pior da história.